“Parte da base falhou sim”, resumiu o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE). Para o petista, somente a bancada do partido conseguiu se posicionar favoravelmente à proposta. Siglas que fazem parte da base, como PSB e PDT, foram apontados por deputados como responsáveis pela derrota do governo nas 18 horas de discussão.
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Apesar de considerar parte da base culpada, Guimarães, que presidiu a comissão mista responsável por analisar a MP dos Portos, acredita ser possível aprova-la na Câmara e no Senado antes de perder a validade. Isso acontece amanhã. “É uma responsabilidade da Câmara que vamos honrar”, disse o petista após a sessão.
Desde a semana passada, o governo aumentou a pressão nos deputados para votar a MP dos Portos. A presidenta Dilma Rousseff fez apelos à Câmara. Ministros se reuniram com líderes para convecê-los da necessidade de aprovar o texto antes de ele perder a validade. Além disso, outro componente entrou em campo. De acordo com o jornal Correio Braziliense, o Palácio do Planalto se comprometeu a liberar R$ 1 bilhão em emendas parlamentares em troca da aprovação.
Habilidade
Para oposicionistas, a queda da sessão é reflexo da falta de habilidade política da presidenta Dilma Rousseff com a sua base. O líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), por exemplo, acredita que a descrença da base com Dilma é grande. “A base está desunida. Somente o PT está fechado com Dilma, há divergências em outros partidos”, opinou.
PublicidadeA sessão para retomar a votação da MP dos Portos está marcada para às 11h de hoje. A expectativa é que atinja o quorum até 14h. Com a retomada da votação dos 14 itens que faltam, Caiado acredita que os deputados da oposição conseguirão levar a sessão até 18h. Ele promete usar todos os instrumentos de obstrução possíveis para isso acontecer.
Um outro problema para o governo reside no Senado. Existe um acordo entre líderes na Casa de uma medida provisória ser votada 48 horas depois da leitura em plenário. Obedecido esse prazo, a MP dos Portos perde a validade. Ontem, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), prometeu fazer o “possível, não o impossível” para votar a proposta.
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