O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, interrompeu perguntas da defesa do ex-presidente Lula ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, na manhã desta sexta-feira (10), alegando que seriam “propaganda política” do governo anterior. Os advogados questionavam Meirelles sobre resultados da política macroeconômica adotada durante o governo Lula e benefícios do governo ao país.
Após pouco mais de dez minutos, já na penúltima pergunta, o advogado do ex-presidente questionou: o governo do presidente Lula foi um governo que trouxe benefícios ao país e não um governo que tenha buscado benefícios pessoais para os governantes e pessoas do alto escalão do governo? Diante da questão, Moro interrompeu, indeferiu a questão e disse que a pergunta não era “apropriada”.
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“A impressão é que a defesa está fazendo propaganda política do governo anterior. Não é apropriado. Aqui existe um objeto de acusação delimitado, então fica indeferida essa pergunta”, disse Sérgio Moro.
Meirelles foi chamado como testemunha de defesa do ex-presidente na ação penal em que o petista é acusado de receber um apartamento triplex, em Guarujá (SP), como suposto pagamento de propina da empreiteira OAS. Na ação, Lula responde pelos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro.
Meirelles atuou como presidente do Banco Central durante os dois mandatos do governo petista, entre 2003 a 2011. O ministro da Fazenda foi ouvido por videoconferência de seu gabinete da Fazenda, em Brasília (DF).
Apenas economia
PublicidadeAo ser questionado sobre conhecimento de pratica indevida ou esquema de corrupção praticados pelo ex-presidente, Meirelles afirmou que não presenciou atos ilícitos.
“A minha relação com o presidente Lula era totalmente focada em assuntos referentes ao Banco Central e a política econômica. Nesta interação, nunca vi nem presenciei nada que pudesse ser identificado como algo ilícito ou ilegal”, ressaltou.
Além de Meirelles, Luiz Fernando Furlan, então ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior durante o governo Lula, também foi ouvido nesta manhã, por videonconferência com São Paulo (SP).
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