O juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância em Curitiba, determinou que a defesa do ex-presidente Lula entregue em 48 horas os recibos originais de pagamentos de aluguéis do apartamento utilizado pelo petista, vizinho ao apartamento em que reside, em São Bernardo do Campo (SP). “Os recibos deverão ser entregues na Secretaria deste Juízo e que os acautelará para submetê-los a perícia caso seja de fato deferida”, diz Moro em despacho nesta sexta-feira (13).
Na última semana, os procuradores da força-tarefa da Lava Jato afirmaram, em petição a Moro, que os recibos de pagamento de aluguel apresentados pela defesa do ex-presidente são “ideologicamente falsos” e foram confeccionados após o início das investigações para “dar falso amparo à locação simulada do apartamento” vizinho àquele em que mora o ex-presidente.
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No documento, o Ministério Público Federal no Paraná pede que os recibos passem por perícia grafoscópica e que Clauco da Costa Marques, dono do imóvel, e o técnico em contabilidade João Muniz Leite, responsável pelos recibos, prestem depoimento.
Os advogados de Lula haviam solicitado uma audiência para realizar a entrega dos recibos na presença de um perito. No entanto, o juiz descartou essa possibilidade. “Desnecessária audiência formal para entrega ou a presença de perito”, ressalta Moro.
Glauco Costa Marques disse a Moro que o contrato de locação do apartamento foi estabelecido em 2011, mas que começou a receber os alugueis a partir de 2015. Ele também ressaltou que assinou os recibos de pagamentos de aluguel apresentados pela defesa de Lula no mesmo dia, enquanto estava hospitalizado.
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O Ministério Público acusa o ex-presidente de receber vantagens indevidas oriundas de fraudes em contratos da Petrobras. Para a força-tarefa, Lula seria o verdadeiro dono do apartamento vizinho ao dele, localizado em São Bernardo do Campo (SP). Glaucos da Costa Marques seria um “laranja”.
Glaucos da Costa Marques é sobrinho do empresário José Carlos Bumlai, amigo de Lula e preso na Lava Jato. Inicialmente, o apartamento foi alugado pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, ainda quando Lula era chefe do governo, para ser usado pelos policiais responsáveis pela segurança do então presidente. Depois que deixou o cargo, Lula decidiu assumir a locação do imóvel, que tinha como locatária a ex-primeira dama Marisa Letícia, morta em fevereiro.
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