Mistura entre público e privado mina credibilidade do STF
Os ministros do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes e Luis Roberto Barroso misturaram questões públicas com divergências privadas, e isso ficou visível com a discussão que travaram em plenário.
A ênfase da mídia deu destaque para a contundência dos termos, a subida do tom de voz e o grau de irritação demonstrado. Nunca se havia visto algo assim tão forte e causou consternação em todas as mídias.
Mas a questão aqui e o que causa danos à imagem institucional é o fato de que, quando personalidades públicas confundem o interesse público e privado e trocam insinuações sobre preferência política, a grande perda é da credibilidade institucional. O Supremo Tribunal Federal, com seu colegiado de 11 ministros vitalícios, é a instância máxima do Judiciário, aquela que dá sempre a última palavra e o guardião da Constituição.
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Se ali a coisa descamba para as cenas explícitas desta semana, o que não se poderá esperar das demais instituições da República?
Daqui em diante, seria bom Vossas Excelências passarem a considerar arrufos e choques verbais como cláusulas pétreas do manual do “não-fazer”. Para não causar mais danos à reputação do Tribunal.
Incontinência verbal é prejudicial ao ministro da Justiça
As declarações do ministro da Justiça, Torquato Jardim, ao apontar conivência da Polícia Militar do Rio com criminosos, provocaram um mal-estar entre os governos federal e fluminense. A imprensa chegou a especular que não teriam sido impensadas.
Mas, propositais ou fruto de gafe, causaram danos e muito incômodo ao governo do presidente Michel Temer. O ministro foi chamado nesta sexta-feira (3/11) ao Palácio do Jaburu e segundo bastidores revelados na mídia recebeu instruções claras de ficar de boca fechada.
Esta não é a primeira vez que o titular da Pasta da Justiça se envolve em saia justa e causa problemas ao Palácio do Planalto. Com sérios problemas de imagem e baixíssima popularidade, tudo o que Michel Temer não precisa é que seus ministros fiquem criando novas crises, como a protagonizada pelo ministro da Justiça.
Em episódios anteriores tratados aqui no Cenas da Semana, Torquato Jardim havia causado problemas, como na 54ª Edição do Cenas.
Deputado não desliga celular e reclamação sobre devolução de diárias no exterior vai “ao ar”
A viagem da comitiva de parlamentares, com direito a giro por vários países e com diárias pagas pelos contribuintes, foi um dos destaques de assuntos criticados na mídia e nas redes sociais. Causou impressão o fato de que os viajantes sequer tivessem preparado o discurso para mostrar quão importante o passeio era para o pais.
Para piorar a situação, houve a distração do líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), que não desligou seu celular ao reclamar com colegas da repercussão negativa em relação à viagem. A rádio CBN teve acesso ao áudio, porque um repórter ligou Rossi e ele não desligou o celular após o término da conversa. Na conversa registrada no áudio, o deputado se referia ao fato de que, embora a duração da viagem fosse de nove dias, a Câmara só iria custear cinco diárias, de US$ 550,00 cada.
No áudio dá para ouvir ele comentando que “está falando que está abrindo mão de quatro diárias”, para “economizar, ajudar o país”. Ele também reclama de uma fala do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que disse que iria devolver diárias. Baleia Rossi diz que ele teria que deixar claro que não receberia as diárias, em vez de dizer que iria devolver. “Porque esse negócio de devolver … aí coloca a gente numa saia justa do cão”, criticou.
O episódio relembra ao famoso caso do ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero. Um dos aprendizados básicos do Media Training é que a entrevista só termina quando o jornalista sai da sala, e fecha a porta.
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