O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavaski determinou, nessa quinta-feira (29), o arquivamento do inquérito que tramitava contra o senador Antônio Anastasia (PSDB-MG), por suposto envolvimento do tucano no esquema de corrupção da Petrobras. O ministro, que é relator das investigações originárias da Operação Lava Jato no âmbito do Supremo, acolheu a recomendação do Ministério Público Federal, que não encontrou indícios necessários para a continuidade das apurações.
A decisão contrariou a recomendação da Polícia Federal. Em agosto, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao STF o arquivamento do inquérito contra o senador mineiro. Esse foi o primeiro pedido do gênero feito por Janot em relação aos casos da Lava Jato. No entanto, a Polícia Federal entregou, seguidamente, um relatório a Teori, sugerindo o prosseguimento das investigações por mais 60 dias. No documento, a PF disse ter recebido novas informações que não eram do conhecimento do procurador quando este fez o pedido pelo arquivamento.
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Teori acolheu a recomendação de Janot antes do tempo requerido pela PF. Os ministros do STF adotam como norma confirmar o arquivamento do inquérito quando o pedido é feito pelo procurador-geral.
Novas suspeitas
Com base no depoimento do ex-agente da PF, Jayme Alves de Oliveira Filho, que era operador do doleiro Alberto Youssef, os investigadores chegaram a duas casas em Belo Horizonte. Uma das residências é onde Jayme disse ter entregado R$ 1 milhão pra uma pessoa parecida com Anastasia, em 2010. Em depoimentos posteriores, o operador não confirmou que o receptor era o parlamentar.
Com base no relato, a investigação identificou que, naquele ano, o imóvel era ocupado por um servidor público, falecido em 2013, que trabalhou na Assembleia de Minas e no gabinete de um deputado da base de Anastasia. A PF também descobriu que os antigos donos do mesmo imóvel eram integrantes do “grupo de sustentação política do senador”.
A segunda casa apontada pela investigação diz respeito a uma denúncia que chegou ao gabinete da presidente Dilma Rousseff por email, cuja remetente é moradora de Minas Gerais. Ela pediu atenção da Presidência para outro endereço no entorno da casa apontada pela PF. A Presidência encaminhou o documento ao Ministério da Justiça que, por sua vez,o remeteu à PF.