Em menos de um mês no posto Lopes pouco fez. Assinou ordens de serviços para que os técnicos do ministério começassem o processo administrativo de privatização do aeroporto de Cuiabá e os estudos para a construção de um terminal de carga na cidade de Pouso Alegre, cidade mineira e base eleitoral do ministro. Há quatro dias Lopes decidiu deixar o ministério para reassumir o seu mandato de deputado.
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Prometeu à presidente Dilma Rousseff, de quem se dizia leal, que votaria contra a abertura do processo de impeachment na Câmara. “Impeachment não é a solução para a crise brasileira”, disse Lopes ao Congresso em Foco na tarde deste domingo (17), momentos antes da votação que decidiu processar a presidente.
Ao deixar o cargo na semana passada, o primeiro compromisso de Mauro Lopes foi visitar o vice-presidente Michel Temer no Palácio do Jaburu. Lá mudou de opinião e prometeu a Temer que votaria pela abertura do processo de impeachment, ao contrário do que tinha dito à presidente Dilma dias antes. Chegou à Câmara no domingo já com nova posição e avisava que votaria pela saída da presidente do cargo.
Questionado sobre a sua situação, admitiu: “É constrangedora a minha posição. Vou votar com o coração partido”.
Planície
PublicidadeCom 130 mil votos obtidos na última eleição, Lopes é um deputado do chamado baixo clero, apesar da sua experiência e do segundo cargo mais importante que ocupa na direção do PMDB. Raramente consegue presidir comissões importantes ou relatar projetos de repercussão. O congressista explicou que sua antiga amizade com Michel Temer o levou a mudar de posição e apoiar o impeachment na última hora.
“A fidelidade partidária me levou a votar pela abertura de processo contra a presidente”, justificou.
No cafezinho da Câmara reservado aos deputados, Lopes encontrou dois velhos amigos do PMDB de Minas Gerais neste domingo. O deputado Saraiva Felipe e o vice-governador de Minas Gerais, Antonio Andrade. Saraiva foi ministro da Saúde na primeira gestão do ex-presidente Lula da Silva e Andrade foi eleito vice do governador petista de Minas Gerais, Fernando Pimentel. Lopes já estava determinado a votar pelo impeachment da presidente. Saraiva Felipe também e Toninho Andrade pedia votos a antigos colegas de Câmara para derrubar a presidente Dilma Rousseff.
Toninho Andrade retorna à Belo Horizonte nesta segunda-feira (18) e continuará como o substituto eventual do petista Fernando Pimentel. Mauro Lopes não voltará à equipe ministerial de Dilma e já foi escalado para opinar sobre a possível formação do governo Temer. Talvez com um novo ministério.
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