Nas ruas da capital paulista, médicos fizeram um funeral simbólico da presidenta Dilma Rousseff, do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e do ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
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Segundo a nota, o programa Mais Médicos é o mais “contundente ataque já registrado no Brasil contra a saúde pública”. “Estamos em luto pelo risco iminente de falência múltipla dos órgãos da saúde pública do país. O Sistema Único de Saúde, neste exato instante, é obrigado pelo governo federal a ingerir um remédio letal, batizado de programa Mais Médicos”, dizem os médicos.
No documento, os profissionais paulistas listam nove pontos da medida que consideram oportunistas e autoritários, além de não serem suficientes para resolver o problema da saúde no país. Dentre eles está a contratação de médicos estrangeiros que poderiam atuar no país sem a revalidação do diploma em vagas não preenchidas por brasileiros e a obrigatoriedade de trabalhar por dois anos na saúde pública após os seis anos de curso de medicina.
Os médicos fazem um apelo ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para que atuem pela derrubada da medida provisória que instituiu o programa Mais Médicos. A MP será analisada pelos parlamentares em agosto.
Segundo a Agência Brasil, os profissionais da Bahia paralisaram hoje o atendimento nas redes pública e privada. Profissionais do Distrito Federal irão se vestir de preto para demonstrar o luto, e farão uma operação padrão no atendimento. Os sindicatos de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, do Paraná e do Rio Grande do Norte anunciaram que vão aderir à paralisação. No Piauí, os médicos decidiram manter o atendimento, mas, para demonstrar a insatisfação com as medidas do governo, vão usar um adesivo com a frase “Orgulho de ser médico!”.
PublicidadeNa semana passada, o Conselho Federal de Medicina entrou com uma ação civil pública na Justiça para pedir a suspensão do programa. Representantes da categoria também abandonaram as comissões técnicas federais, que discutem soluções para os problemas da saúde no país.
Segundo a Federação Nacional dos Médicos, novos atos podem acontecer em 30 e 31 de julho, e caso as demandas da categoria não sejam aceitas, eles prevêem uma greve por tempo indeterminado em agosto.
Veja a íntegra da nota divulgada hoje pelos médicos de São Paulo
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