A vice-liderança é da Aeronáutica, com o ouro de Thiago Braz (atletismo), duas pratas – com Ágata e Bárbara (vôlei de praia) e Arthur Zanetti (ginástica artística) – e um bronze com Arthur Nory (ginástica artística). Já o Exército é representado por Felipe Wu (tiro esportivo), o primeiro brasileiro a ganhar uma medalha (de prata) no Rio, e Poliana Okimoto (maratona aquática) e Rafael Silva (judô), que ficaram com o bronze.
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Até o fim desta tarde, o Brasil contava com 14 medalhas: quatro de ouro, cinco de prata e cinco de bronze. A décima-quinta, dourada ou prateada, virá da disputa na areia. Na Marinha, Bruno e Alisson ocupam o posto de terceiro-sargento. Desde o início das competições, os brasileiros se acostumaram a ver atletas batendo continência no pódio durante a cerimônia de premiação. Nesta tarde foi a vez das jovens velejadoras Martine Grael e Kahena Kunze, vencedoras da Classe 49er FX, repetirem o gesto.
Os números alcançados pelos atletas militares este ano superam, com sobras, os obtidos na última Olimpíada, em Londres. Em 2012, apenas cinco dos medalhistas eram apoiados pelas Forças Armadas. A influência militar chamou a atenção no Pan-Americano de Toronto, em 2015, quando a maioria dos 67 brasileiros que subiram ao pódio prestou continência durante a cerimônia de premiação. Na época, o ato causou polêmica. Mesmo assim, o Comitê Olímpico Internacional (COI) decidiu não proibi-lo.
Defesa e Esporte
De todos os 462 brasileiros convocados para os Jogos Olímpicos no Rio, 145 (31%) são ligados às Forças Armadas (veja a lista completa). Quase todos ingressaram por meio do Programa Atletas de Alto Rendimento, uma parceria dos ministérios do Esporte e da Defesa. A seleção é feita com base no resultado dos atletas. Criado no governo Lula em 2008, o programa prevê investimento anual de R$ 18 milhões em salários, organização de competições e equipamentos. Além de apoiar o esporte nacional, o programa favorece o resultado dos brasileiros nos campeonatos militares internacionais.
PublicidadeComo terceiro sargento das Forças Armadas, cada atleta tem direito a um soldo de R$ 3,2 mil brutos, a seguro médico e a utilizar as instalações do Exército, da Aeronáutica ou da Marinha. Os competidores também podem acumular outras ajudas do governo, como o Bolsa Atleta e o Bolsa Pódio, além de patrocínios particulares. Algumas seleções são compostas apenas por militares. No judô, por exemplo, todos os homens são do Exército e todas as mulheres, da Marinha.
O apoio, porém, gera questionamentos de integrantes da delegação brasileira. Técnico do ginasta Arthur Zanetti, Marcos Goto criticou o apoio dado pelos militares. “Eles não treinam lá, são apenas contratados por eles. Quem dá treino para os atletas sou eu, não os militares”, disse o treinador logo após o atleta, ouro em Londres, conquistar a medalha de prata no Brasil. Goto cobrou que o apoio se desse na formação de crianças em atletas.
Após a declaração, o técnico foi procurado por militares e reviu sua crítica, segundo ele, após tomar conhecimento da existência de projetos voltados para a formação de atletas de base. “De jeito nenhum foi uma crítica ao que os militares fazem. Só dei minha opinião pessoal. Hoje fiquei sabendo que existem projetos que fomentam o esporte. Para mim é uma alegria saber. Tanto eu quanto a opinião pública não sabíamos disso. Então hoje o país está sabendo. Vamos olhar pelo lado bom: acabamos sabendo que existem projetos”, disse o treinador ao Globo.
Diretor do Departamento de Desporto Militar, o almirante Paulo Zuccaro comemorou os resultados obtidos pelos atletas militares. “A nossa avaliação a respeito de nossos atletas militares é a melhor possível. Nossa meta era de conseguirmos dobrar nossa participação em relação aos Jogos Olímpicos de Londres, tanto no número de atletas militares participantes quanto em termos de medalhas conquistadas”, afirmou.
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