Manifestantes realizaram atos contra o presidente Michel Temer (PMDB) em pelo menos 16 estados e no Distrito Federal nesta quinta-feira (22). Os atos foram convocados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), por centrais sindicais e movimentos que apoiam a ex-presidente Dilma Rousseff. Denominado Dia Nacional de Paralisação e Mobilização, as manifestações podem anteceder uma greve geral no serviço público, caso o governo federal não garanta a manutenção de direitos trabalhistas e reveja a propostas de reforma da Previdência.
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Além do Distrito Federal, foram registradas manifestações em Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo. Segundo os organizadores, 26 mil pessoas participaram dos atos, que, ao longo desta quinta-feira, devem atingir todos os estados brasileiros. Sorocaba (SP) foi a cidade com maior mobilização, 7 mil pessoas, segundo a organização.
Em Brasília, a manifestação teve o apoio de categorias como professores e servidores da limpeza urbana. Os profissionais da educação, em assembleia, aprovaram paralisação para o dia 10 de novembro, quando vão avaliar a possibilidade de fazer uma greve geral. Os servidores reivindicam pagamento da última parcela do plano de carreira, atrasado desde outubro e da pecúnia dos aposentados, além do reajuste de salários e auxílio alimentação.
Procurado pela reportagem, o Governo do Distrito Federal afirmou que as reivindicações dos professores já estão sendo atendidas. Em nota, a Casa Civil informou que “o reajuste está previsto para 32 categorias, o que significa um universo de aproximadamente 153 mil servidores, incluindo os inativos”. O governo prevê, portanto, que a partir de outubro os aumentos já sejam concedidos e os pagamentos de novembro já sejam feitos com base no novo acordo.
UnB
PublicidadeNa Universidade de Brasília (UnB), apesar da paralisação prevista para hoje (quinta, 22) e na próxima quinta (29), nem todos os professores aderiram à mobilização. Os professores são contra o PLP 257, que renegocia a dívida dos estados, e a PEC 241, que congela os gastos públicos por vinte anos. Endossam ainda o grito de “Fora, Temer”, presentes nas manifestações da categoria pelo país.
O caráter político da mobilização, que se posiciona contra o presidente Michel Temer, porém, esvaziou o movimento. Muitos professores optaram por não aderir à paralisação. O professor Rodrigo Peñaloza, do Departamento de Economia da Universidade, afirmou que não aderiu à greve pela motivação político-partidária da movimentação. “Hoje é um Fora-Temer sem o menor sentido. Ontem era o Fora-FMI. Esse tipo de postura é a expressão nefasta do atraso. Meus alunos terão aula, nem que seja debaixo de uma árvore”, escreveu aos alunos via Facebook.