O Estado de S. Paulo
Planalto vai tirar Dilma de cena e reforçar sua blindagem
Alvo de constantes estocadas da oposição, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, sairá de cena por no mínimo uma semana, em setembro, após o anúncio do marco regulatório do pré-sal, no próximo dia 31. As férias da ministra, pré-candidata do PT à Presidência, coincidem com a nova estratégia do Planalto para reforçar sua blindagem. A partir de agora, líderes do PT e do governo no Congresso, dirigentes petistas e até ministros ficarão responsáveis por uma espécie de “comitê” da pronta resposta na Esplanada.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva constatou que Dilma continua “assoberbada” de trabalho e não pode mais acumular a gerência do governo com a coordenação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), os projetos sobre o pré-sal e as atividades de campanha. O descanso foi sugerido pelos médicos logo depois que a ministra terminou, na semana passada, o tratamento de radioterapia para combater um câncer no sistema linfático.
Dilma está preocupada com o bombardeio na sua direção. Em reunião realizada na quarta-feira, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB)- sede provisória do governo -, a ministra negou diante de colegas e dirigentes do PT que tenha feito qualquer solicitação à então secretária da Receita Federal Lina Vieira. Demitida do cargo, Lina acusou Dilma de ter pedido a ela para “agilizar” investigações do Fisco sobre a família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Lula quer que a concorrente do PT apareça apenas em agendas positivas, como o anúncio do novo modelo de exploração do petróleo, daqui a oito dias. O Planalto vai transformar o pré-sal em trunfo político da campanha de 2010 e prepara grande cerimônia, salpicada de verde e amarelo, para anunciar as medidas. Dilma será a estrela da solenidade, mas não deverá comparecer à festa do 7 de Setembro, pois planejou seu descanso para esse período.
Embora tenha dito que pretende trocar a maioria dos ministros que disputarão eleições por secretários executivos, Lula não aplicará essa regra na Casa Civil. “A eleição vai desmontar uma parte da equipe, mas o palácio eu não vou desmontar”, avisou o presidente. Para a vaga de Dilma, o mais cotado, até agora, é o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e não a secretária executiva da Casa Civil, Erenice Guerra. Gilberto Carvalho e os ministros Franklin Martins (Comunicação Social) e Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência) também continuarão em seus postos e vão integrar o time da defesa de Dilma. O ex-chefe da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu exercerá a mesma função, por meio de seu blog.
Se eleito, Dutra assumirá nos bastidores
Preocupados em garantir o melhor palanque possível para a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o Palácio do Planalto e a cúpula do PT traçaram um plano para fortalecer a ministra nos Estados e evitar que a eleição interna da sigla, agendada para novembro, dificulte esse trabalho. Depois de um encontro na última quarta-feira, ficou acertado que, assim que for eleita, a nova direção petista vai assumir nos bastidores todas as negociações relacionadas à candidatura presidencial.
Grupo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de nomes como o ex-ministro José Dirceu, a corrente petista Construindo um Novo Brasil já dá como praticamente certo que o ex-senador José Eduardo Dutra vai suceder o atual presidente Ricardo Berzoini (SP). Isso apesar de outros cinco candidatos terem se apresentado para a disputa. O plano traçado na quarta-feira pretende incluir Dutra em todos os encontros com potenciais aliados, por exemplo, sempre monitorado por petistas escalados pelo presidente Lula para liderar esse trabalho, como é o caso de Dirceu. O primeiro desafio será desatar nós na negociação em Estados como Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso, Santa Catarina e Paraná. Ao fim desse processo, acreditam dirigentes do partido, Dutra chegará em 2010 credenciado para ajudar nos acertos finais da política de alianças e na coordenação da campanha.
Discreto, Serra traça perfil de candidato
A pouco mais de um ano da eleição presidencial de 2010, o governador de São Paulo, José Serra, principal nome do PSDB na disputa pelo Palácio do Planalto, conversa discretamente com aliados, aos poucos aumenta o espaço na agenda para a política e atua cautelosamente para desembaraçar nós nos palanques regionais. Temerário de virar alvo da oposição, Serra é contra a antecipação do debate eleitoral e, até para aliados mais próximos, mantém cautela e demonstra indefinição sobre sua entrada na disputa.
O que o governador tem dito: que não é fato consumado sua candidatura à Presidência da República e não seria nada constrangedor tentar a reeleição em São Paulo, onde sua popularidade alcança quase 60%. Reclama de quando é tratado como “pré-candidato” pelos jornais. O que os aliados entendem é que ele vai mesmo tentar chegar ao Palácio do Planalto. Para Serra, o lançamento precoce da candidatura contribui para antecipar o término do governo. Com alguma dificuldade, ele tem atendido à pressão de seu partido e concedido um pouco mais de espaço na agenda para eventos políticos. Este mês, visitou cinco Estados do Nordeste – a região, onde os tucanos perderam na última eleição presidencial, é vista como determinante para 2010.
No PV há três anos, filha de Chico Mendes festeja filiação de Marina
Ao deixar o PT, partido no qual militou por 30 anos, e se definir pelo PV, a senadora Marina Silva (AC) ocupará a mesma trincheira de Elenira Mendes, filha de Chico Mendes, grande inspirador da ex-ministra. Elenira tinha quatro anos em dezembro de 1988, quando o pai foi assassinado no quintal de casa, em Xapuri, vítima de uma tocaia feita por Darci Alves da Silva. Condenado a 19 anos e meio de prisão, Darci já cumpriu a pena.
Hoje com 25 anos, Elenira filiou-se ao PV há três anos. Formou-se em Administração de Empresas, com especialização em recursos ambientais, e ocupa três cargos simultaneamente: é diretora da Secretaria da Mulher do Partido Verde, secretária do Meio Ambiente da Prefeitura de Xapuri e presidente do Instituto Chico Mendes, que funciona na casa onde ela nasceu e onde o pai foi morto, fundado por ela, em 2006. Pretende candidatar-se a deputada federal no ano que vem.
“Optei pelo PV porque acredito que hoje é o partido que mais se identifica com a luta de meu pai”, disse Elenira ao Estado. Ela acredita que a chegada de Marina Silva ao PV levará ao partido a dar um salto de qualidade, visto que a ex-ministra representa integralmente a figura da luta pelo desenvolvimento sustentável. “E a candidatura dela à Presidência da República fará com que os olhos de toda a sociedade se voltem para o PV.”
Lula consolida domínio sobre PT
Quando entregar o governo ao sucessor, em 1º de janeiro de 2011, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá completado 30 anos de domínio absoluto sobre o PT. Se o vencedor for a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), Lula somará mais quatro anos às três décadas de mando no partido que fundou. Se for alguém da oposição, pode estar chegando ao fim o mais longo reinado partidário da história do País, embora ninguém duvide de que ele continuará à frente do PT por muito tempo.
Para superar Getúlio Vargas, que teve o comando do PTB por 24 anos, e Ulysses Guimarães, que foi o homem forte do MDB e do sucessor PMDB por 26 anos, Lula aliou o pragmatismo à intuição e à frieza política. Não titubeou em pisar em companheiros de primeira hora nem nos que surgiram depois e que se juntaram à legião de seguidores que arrumou nesse tempo. Lambeu feridas, curou cicatrizes e buscou novos aliados onde parecia improvável, como o ex-presidente Fernando Collor, aquele que há 20 anos foi seu grande inimigo.
No período que vai da fundação do PT, em 1980, até a eleição de 1986, nada se fez no partido sem as bênçãos de Lula. E, quando foi eleito deputado federal em 1986, obtendo a maior votação do País, com 650 mil votos, Lula pegou o cargo mais importante reservado ao partido, o de líder na Assembleia Constituinte de 1987/88. No ano seguinte, foi candidato a presidente da República, feito que repetiu em 1994, 1998, 2002 e 2006. Perdeu as três primeiras e venceu as duas últimas eleições para presidente. Não tentará a sexta candidatura porque a Constituição o proíbe.
“Um jornal não pode ficar sob censura”
O jurista Walter Fanganiello Maierovitch, desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo, defendeu uma emenda constitucional que garanta à imprensa sob censura uma via rápida para chegar ao Supremo Tribunal Federal – evitando agressões à cláusula pétrea, no caso o artigo 5º da Constituição, que assegura o direito à liberdade de expressão. Maierovitch, de 62 anos, condena com veemência o fato de o País se preocupar com foro privilegiado para autoridades e políticos sob investigação perante os tribunais superiores, “ao passo que não dispõe de instrumento eficaz contra ofensas e violações à democracia, como a censura imposta ao jornal O Estado de S. Paulo”.
“Como já ocorre em todos os países civilizados, o Brasil tem de adotar um mecanismo de proteção de cláusula pétrea, um meio célere e eficaz de se chegar ao Supremo Tribunal Federal, porque estamos tratando, nesse caso da censura ao Estado, de um sustentáculo da democracia que é a liberdade de imprensa”, alerta o jurista. Presidente do Instituto Giovanni Falcone e consultor internacional para questões de direito penal e combate à criminalidade organizada, Maierovitch exerceu a magistratura durante 30 anos. É com indignação, ele diz, que vê “um Brasil atrasado, de mentalidade cartorial”.
Governo debate comissão da verdade nos 30 anos da anistia
No dia 22 de agosto de 1979, uma quarta-feira, o Congresso Nacional aprovou a Lei 6.683 – conhecida como a Lei da Anistia. O fato foi comemorado como uma das vitórias mais importantes dos movimentos democráticos contra a ditadura imposta ao País com o golpe militar de 1964. De uma só tacada ela beneficiou cerca de 100 presos políticos, 150 banidos e 2.000 pessoas que viviam no exílio por causa de suas ideias políticas. Nos anos seguintes, porém, a lei deixou de ser comemorada. E hoje, no 30º aniversário da data, seu texto enfrenta uma carga de críticas e contestações nunca vistas antes. Já se articula até a criação de uma comissão da verdade, com a tarefa de esclarecer os crimes praticados por agentes dos aparelhos de repressão, como sequestros, torturas, mortes e desaparecimento de opositores da ditadura militar. Trata-se da mais ampla e mais bem elaborada tentativa de se pôr abaixo a ideia de que a anistia beneficiou não só os perseguidos, mas também os perseguidores.
A primeira ação nessa direção acontece em outubro. Será um seminário internacional, na USP, em São Paulo, sobre erros e fracassos de comissões de verdade já realizadas em outras partes do mundo. O governo federal, que ajudará a patrocinar o encontro, pretende tirar dali as diretrizes para a instalação da comissão brasileira. Segundo explicações da Secretaria Especial de Direitos Humanos, o governo segue recomendações da 11ª Conferência Nacional de Direitos Humanos, realizada em dezembro, em Brasília. No texto final do encontro aparece a recomendação para que se instale a comissão.
“Não permitirei que o Rio seja assaltado”
Um dos assuntos favoritos do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), é a proximidade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a parceria com o governo federal. Cabral gosta de falar das visitas de Lula ao Rio, cita valores de investimentos, comemora a aliança política entre União, Estado e a capital. Um tema, no entanto, tira o governador do sério: as regras para exploração do petróleo pré-sal. Cabral não aceita o projeto em estudo no governo que distribui os royalties para todos os Estados e municípios, inclusive aqueles onde não há exploração do petróleo. O Rio seria um dos grandes prejudicados por esse modelo, assim como outros Estados produtores. “Não há nada que me faça permitir que o Rio seja assaltado”, reage, para depois alertar: “São Paulo será assaltado também.” Outro ponto atacado pelo governador é a fatia reservada à Petrobrás de, no mínimo, 30% do valor do produto extraído. A estatal será a única operadora dos campos de pré-sal. “É uma vergonha”, critica. “A Petrobrás não é maior que o Brasil. A lógica do Brasil não deve seguir a Petrobrás”, disse, em entrevista ao Estado, na manhã de quinta-feira.
Folha de S. Paulo
Bancos públicos cortam mais juros do que os privados
A agressividade dos bancos públicos na crise elevou a diferença entre as taxas de juros dos bancos privados e as das instituições do governo. Na média para pessoas físicas e jurídicas, o descompasso subiu de 9,8 para 14,1 pontos percentuais de outubro a junho, diz estudo da Fiesp sobre Banco do Brasil, Caixa Econômica e os cinco principais bancos privados. No início da crise, BB e Caixa cobravam em média juros de 37,5% ao ano, e os bancos privados, 47,3%. Em junho, a média nas instituições públicas caiu para 29%, contra 43,1% nas privadas. Se analisados só os juros para pessoa jurídica, a diferença quase triplicou. Segundo a Fiesp, pequenas e médias empresas começam a migrar para bancos públicos. Mas, se observado todo o governo Lula, os bancos privados nacionais lideram a expansão do crédito. No fim de 2002, eles respondiam por uma parcela do crédito total igual a 8,2% do PIB, contra 8,3% dos públicos. Para 2009, estima-se que os bancos privados atinjam 18,8% do PIB, contra 18,4% do setor público.
Apoio de petistas a Sarney é insustentável
Um dos argumentos que a senadora Marina Silva (AC) ouviu para não sair do PT foi que o lançamento de sua candidatura à Presidência poderia inviabilizar o “projeto histórico” do partido no qual militou por quase 30 anos. Lançou mão de personagens da Bíblia para comparar a candidatura Dilma Rousseff e uma candidatura pelo PV à luta entre o gigante Golias e Davi. Na Bíblia, Davi vence. Marina, 51, insiste em que a decisão sobre sua eventual candidatura só será anunciada em 2010. veja alguns trechos da entrevista:
FOLHA – O presidente do PV disse ter feito o convite à sra. para ser candidata ponderando que haveria muitas limitações de dinheiro e de espaço na televisão. Com quanto dinheiro se faz uma campanha?
MARINA – Não sou candidata ainda, isso é em 2010. E tenho consciência dessas limitações.
Inclusive, quando alguns companheiros me perguntavam como eu me sentiria se, porventura, a minha saída inviabilizasse o projeto histórico do PT, sobretudo na questão da inclusão social, eu dizia: acho que vocês estão superestimando. (…) Como não imagino que a candidatura do PT é Golias e nem tenho a pretensão de ser o Davi, só posso imaginar que a minha funda vai se lançar contra o Golias da desesperança, do pragmatismo. Tenho experiência nisso. Se fosse fazer cálculo em termos pragmáticos, nunca teria feito nada. O esforço é por aquilo que significa em termos de semeadura.
FOLHA – É sustentável o apoio do PT a José Sarney?
MARINA – Isso já se mostrou insustentável por tudo o que está acontecendo com o Congresso, com o governo, com o PT, e com o próprio presidente Sarney. No meu entendimento, o melhor para a crise era o seu afastamento temporário, inclusive como forma de preservar a figura histórica de Sarney.
Lei da Anistia racha governo e chega ao STF
Trinta anos depois de sancionada pelo general João Baptista Figueiredo (1979-1985), o último presidente da ditadura, a Lei da Anistia, que possibilitou a volta dos exilados, é hoje o pivô de um racha no governo. O debate jurídico gerado por investigações abertas pelo Ministério Público Federal para punir torturadores levou setores do governo a defender uma nova interpretação da lei, pela qual seria possível levar a julgamento militares e agentes do Estado que praticaram torturas e assassinatos na ditadura. A discussão está agora no colo do STF (Supremo Tribunal Federal). Em outubro passado, o Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) ingressou no tribunal com uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental pedindo que o STF declare claramente que a anistia concedida pela lei 6.683 “não se estende a crimes comuns praticados por agentes da repressão contra opositores políticos durante o regime militar”.
O ministro relator do caso, Eros Grau, mandou ouvir os órgãos envolvidos. Em pareceres, apoiaram a OAB o Ministério da Justiça, a Secretaria de Direitos Humanos e a Casa Civil. Contrários estão a AGU (Advocacia Geral da União), o Ministério da Defesa e o Ministério das Relações Exteriores. “É uma falsidade dizer que punir torturadores é um ataque contra as Forças Armadas. Pelo contrário, arguir isso é que é usar o prestígio das Forças Armadas para defender torturadores”, disse à Folha o ministro da Justiça, Tarso Genro. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, que comanda os militares, afirma que a anistia, para todos, não pode ser revogada. “Se você inventasse de revogar a Lei da Anistia, a revogação não teria efeito retroativo. O anistiado está anistiado.”
Correio Braziliense
Luxo pago com o seu dinheiro
Após dois anos de paralisação, a obra da nova sede da Procuradoria-Geral do Trabalho poderá ser retomada. Para isso, a empreiteira Delta terá que reduzir em 20% o valor da construção, orçada em R$ 130 milhões. O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou valores acima do mercado em vários equipamentos e serviços. Os preços exagerados e o luxo desnecessário foram registrados já no projeto básico da obra, elaborado pela empresa MHA Engenharia. Um vaso sanitário shower toilet Geberit, com válvula, estava orçado em R$ 23 mil a unidade — quase o preço de um carro popular zero quilômetro, ou o preço de duas casas populares. No catálogo da empresa, o vaso é oferecido a R$ 8,6 mil. Os equipamentos foram substituídos por outros mais “simples”, no valor de R$ 4,7 mil a unidade. Todos os preços incluem instalação do equipamento e margem de lucro da empresa.
Vários itens do projeto básico foram substituídos. O TCU determinou que o Ministério Público do Trabalho justificasse o uso de 15 tipos de equipamentos, “considerando seu alto custo, tendo em vista o princípio da economicidade e da probidade com que devem ser gerados os recursos públicos”, além de demonstrar a compatibilidade dos preços indicados com os de mercado. Também foram substituídas as saboneteiras Aitana ABS, com preço de R$ 1,1 mil, por outras com valor unitário de R$ 167. O preço das toaletes sanitárias caiu de R$ 5,5 mil para R$ 2,7 mil.
A empresa Delta Construção, responsável pela execução da obra, terá que reduzir o lote de fechaduras La Fonte (59 unidades) de R$ 20,8 mil para R$ 2,4 mil. O valor das fechaduras completas para banheiro (30 unidades) terá que cair de R$ 10,5 mil para R$ 549. A construção de 274 metros de bancos de concreto, orçada em R$ 113 mil, terá que custar apenas R$ 20,5 mil. O custo das câmaras NTSC Color terá que cair de R$ 118 mil para R$ 23 mil. A Delta informou ao Correio que irá se adequar às determinações do TCU e já está reavaliando os valores e materiais com o Ministério Público do Trabalho.
PF não acha escutas telefônicas
A Polícia Federal vai encerrar até o fim de semana o inquérito que apura os grampos em torno do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e do senador Demostenes Torres (DEM-GO). Depois de um ano de investigações, a PF tirou suas conclusões: não houve grampo. O inquérito, aberto em agosto do ano passado, está correndo em segredo de Justiça, mas fontes oficiais confirmam que as perícias não detectaram a existência de escutas telefônicas no STF nem no Senado. Porém, a apuração deve mostrar o autor de uma suposta transcrição — cuja origem não estaria em escutas telefônicas — divulgada pela imprensa.
O episódio por pouco não causou uma ruptura entre o Executivo e o Judiciário. “O próprio presidente Lula deve ser chamado às falas”, disse Mendes, à época. O grampo foi atribuído à Agência Brasileira de Inteligência (Abin), então dirigida pelo delegado Paulo Lacerda, que também havia sido diretor-geral da PF. Lacerda foi afastado do cargo até dezembro do ano passado, quando acabou nomeado adido policial em Portugal. O caso também causou mal-estar entre os ministros da Defesa, Nelson Jobim, e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Jorge Felix. Jobim fez declarações contrária à Abin, subordinada ao GSI, revelando que a corporação tinha equipamentos para esse tipo de grampo.
Caciques ampliam o valor da aliança
Uma ala do PMDB representada pelos deputados federais ameaça iniciar uma operação de desembarque da candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, caso o PT aumente as dificuldades para as alianças nos estados. Os caciques peemedebistas já têm o discurso pronto: o eventual fracasso de um acordo presidencial está no colo dos petistas.
O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (BA), os deputados Eunício Oliveira (CE), Eliseu Padilha (RS), Jader Barbalho (PA), além do líder da bancada, Henrique Alves (RN), se queixam da falta de reciprocidade do PT. O que mais se ouve na Câmara é que os petistas precisam chegar a uma conclusão: querem eleger diversos governadores ou o presidente da República?
As cúpulas dos partidos estão empenhadas na solução, mas esbarram na má vontade dos diretórios estaduais. Os caciques decidiram, então, agir e aumentar o fogo na panela de pressão. Na Bahia, Geddel rompeu com o governador Jaques Wagner. Entregou as duas secretarias que ocupava na administração e ameaça se lançar na disputa pelo estado. Jader tomou o mesmo rumo e está se colocando cada vez mais contra a governadora Ana Júlia Carepa, do Pará.
A imprevisível Marina
Ela é reconhecida nacional e internacionalmente como uma mulher competente no meio em que escolheu atuar. Tem histórico político pautado pela militância em movimentos de esquerda. Não fosse pelo jeito mais manso e ponderado, qualquer um poderia confundir a descrição com a da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, escolhida pelo presidente Lula para disputar as eleições de 2010. E são exatamente as semelhanças e diferenças pontuais com a ministra que podem levar a senadora Marina Silva a se tornar uma personagem decisiva em 2010.
Marqueteiros e possíveis adversários políticos afirmam que, se subir ao palanque para disputar o Palácio do Planalto, como quer o PV, Marina pode ampliar os rumos dos debates nas eleições. Com a bandeira da preservação do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável, pode influenciar os discursos de Dilma e do governador José Serra (SP), pré-candidato do PSDB, ambos mais alinhados a uma pauta desenvolvimentista. Se confirmada no páreo, Marina também acabaria com uma polarização nas eleições: os que estão com Lula e os que estão contra ele.
Recursos presos atrás das grades
Enquanto os presos se rebelam pelo país, o orçamento federal destinado à área continua com baixa execução. A exemplo do que ocorreu em 2008, a verba do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) deste ano aplicada até agora, faltando praticamente quatro meses para 2009 acabar, é de R$ 9,7 milhões. O volume representa 5,3% do total disponível no fundo — R$ 182 milhões (já descontados os R$ 43 milhões que foram contingenciados). Mesmo considerando os R$ 96 milhões de restos a pagar quitados, o investimento do Funpen não alcança 50%. A outra fonte de recursos para o sistema prisional, o Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci), que tem R$ 135 milhões destinados à área, também anda lenta. Apesar de ter empenhado 55% do montante, o governo não pagou nenhum centavo do orçamento de 2009.
As informações fazem parte de um levantamento da organização não governamental (ONG) Contas Abertas, feito a pedido do Correio. Airton Michels, diretor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), ligado ao Ministério da Justiça, não contesta os valores. Mas defende que o ritmo de execução está dentro da normalidade. “Como temos que esperar os projetos dos estados chegarem e serem arredondados antes de liberarmos os recursos, acabamos executando tudo nos últimos meses do ano. Em 2008, empenhamos o maior volume em dezembro. Agora, esperamos conseguir avançar em novembro”, destaca o diretor. Segundo ele, é necessário ter cautela antes de gastar o dinheiro público. “Não somos despachantes do orçamento, precisamos dos projetos bem feitos.”
Candidatura de Meirelles agita Goiás
Dono da nona economia mais rica do país, o estado está ouriçado com a possibilidade de o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, se candidatar ao governo. Empresários acham que a experiência internacional dele – que foi dirigente mundial do BankBoston – ajudará a trazer recursos estrangeiros.
A Meca do consumo
Levantamento feito pelo Correio com base em dados de uma consultoria constata: o Distrito Federal é a unidade da Federação em que mais se consumirá este ano. Serão R$ 13,4 mil per capita – quase 40% a mais do que a média nacional. A arquiteta Ana Maria Arsky compra quando está triste… Por conta de consumidoras como ela, grandes e médias empresas estão de olho no mercado local. O Clube dos Dirigentes Lojistas do Rio de Janeiro fez um ranking de 10 cidades, no qual Brasília é líder: entre 1997 e 2007, o número de estabelecimentos cresceu 78,1%, contra apenas 12,5% da capital fluminense, que ficou na lanterninha.
O Globo
Estado gastou R$ 31 milhões para cumprir decisões judiciais
Um aumento superior a 400% no número de ações na Justiça por problemas na área da saúde levou o Tribunal de Justiça (TJ) e a Secretaria estadual de Saúde a assinarem convênio para criar um plantão médico exclusivo para o setor, informa Antônio Werneck. De janeiro a julho, o TJ registrou 4.457 ações de pacientes com pedidos de remédios e internações na rede pública de saúde – o equivalente a uma média de 637 por mês ou uma por hora. Para atender a essas ordens, o estado gastou no ano passado R$ 31 milhões.
PT em crise debate ética e pragmatismo
A três meses de eleger novo presidente, o PT mergulhou numa crise em razão da sua posição no esforço de enterrar as investigações sobre José Sarney (PMDB-AP). Petistas alinhados com o governo dizem que o partido não abandonou a defesa da ética, mas outras correntes criticam a aliança com o PMDB e a opção pelo pragmatismo, visando às eleições de 2010.
Pobreza cai. Desigualdade, nem tanto
O milagre econômico, o aumento do nível educacional, o fim da inflação e os programas de transferência de renda fizeram a parcela de pobres no país despencar de 68% em 1970 para 14%, calcula a economista Sonia Rocha, do Instituto de Estudos de Trabalho e Sociedade (lets). Mas a desigualdade continua elevada: melhorou em relação aos anos 70, mas está pior que nos 60.
Jornal do Brasil
Gripe suína muda rotina em teatros e academias
Nas salas de teatro, a desconfiança tem tirado as crianças da platéia de peças infantis em cartaz na cidade. Nas academias, a frequência caiu. São algumas das mudanças de comportamento impostas pelo medo da gripe suína.
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