Aliança Cristã Evangélica Brasileira critica os meios que levaram o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) à presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDH) da Câmara. Em nota, entidade lembra o amor de Deus por todos os homens, mas repudia a atitude dos “homofóbicos” e dos “evangelicofóbicos”, evitando juízos de valor sobre o líder religioso.
Entre outros pontos, a aliança prega a defesa das liberdades individuais e coletivas, “inclusive a livre expressão e a livre confissão religiosa”, mas em moldes tradicionais. “Cremos e afirmamos também o valor da vida e a expressão desta em contornos familiares nos quais homem, mulher e filhos encontram o seu melhor e mais saudável espaço vital”, registra o documento, transcrito integral e originalmente abaixo.
Entidade critica modelo de indicação na CDH
“Pronunciamento da Aliança Cristã Evangélica Brasileira
No últimos dias uma difícil conversa nacional, em torno da indicação do novo presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM) na pessoa do deputado Marco Feliciano, ganhou muitíssimas linhas na mídia falada e escrita. Essa conversa evidenciou não apenas a conflitividade do tema da sexualidade humana em nossa sociedade, como também a tensão existente no mundo evangélico quanto a essa indicação.
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Diante deste quadro, a Aliança Cristã Evangélica Brasileira vem a público para expressar sua inconformidade quanto à forma como se deu tal indicação. Ela reproduziu as velhas práticas da cultura política brasileira quanto à distribuição de cargos e benefícios, sem necessariamente representar os interesses e as necessidades da sociedade brasileira. Práticas que se verificaram também no que se refere a outras comissões, gerando as suas próprias contradições.
Consideramos a CDHM de extrema importância, exatamente por tratar dos direitos de todos que vivem em nossa sociedade, especialmente daqueles que são destituídos dos direitos básicos de uma vida digna e que reflita a imagem de Deus expressa em cada um e em todos. Como cristãos, consideramos os direitos humanos sagrados, pois fomos criados por Deus; e acentuamos que é necessário que a nossa sociedade busque, em especial, a justiça e a dignidade humana.
Portanto,
Repudiamos o procedimento adotado no processo dessa escolha por meio de mecanismos politicamente viciados e distribuidores de benefícios partidários.
Repudiamos a forma discriminatória com a qual a própria CDHM foi ‘negociada’. Consideramos que esta comissão não pode ser joguete na mão de nenhum grupo ideologicamente comprometido e precisa estar a serviço de toda a nação brasileira.
Repudiamos posicionamentos discriminatórios, sejam eles ‘homofóbicos’, de qualquer conotação racial ou mesmo ‘evangelicofóbicos’, para citar um neologismo. Cremos e afirmamos o amor de Deus por todos os seres humanos e nos sabemos a serviço da reconciliação de Deus em Cristo Jesus. Cremos e afirmamos também o valor da vida e a expressão desta em contornos familiares nos quais homem, mulher e filhos encontram o seu melhor e mais saudável espaço vital.
Repudiamos, igualmente, a sistemática usada para a nomeação dos presidentes para as outras comissões da Câmara e a tentativa de isolar a discussão em torno da indicação da CDHM.
A Comissão dos Direitos Humanos e Minorias deve ter seu trabalho pautado pela busca da justiça social, da igualdade de direitos, da defesa das liberdades individuais e coletivas, inclusive a livre expressão e livre confissão religiosa. Acima dos interesses particulares ou setoriais, cabe aos parlamentares examinar as matérias com senso de dever público e jamais eleitoreiro.
Tais valores interessam ao Evangelho do Reino de Deus, que se sobrepõe a quaisquer outros interesses. Como Aliança Cristã Evangélica Brasileira queremos estar a serviço desse Evangelho e, como tal, honrar o nome de Deus em nossa sociedade como um gesto de amor e justiça para a construção de uma sociedade cidadã, como expressamos em nosso recente documento, a seguir especificado.
Aliança Cristã Evangélica Brasileira”
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