Segundo dados do Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta sexta-feira (19) pelo ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, o mercado formal brasileiro acumulou uma perda de 243,9 mil vagas em 2015. Ao todo, foram cerca de 8,5 milhões de demissões contra 8,2 milhões de contratações no ano. Só no mês de maio, o saldo negativo chegou a 115.599 vagas perdidas. Foi registrado um total de 1,5 milhão de admissões contra 1,6 milhão de demissões no mercado de trabalho.
Por outro lado, a agricultura foi o setor que teve desempenho positivo, com a geração de 28.362 vagas. Nos outros setores foram registradas perdas de postos de trabalho. Os principais desempenhos negativos se deram na indústria da transformação (-60.989), no setor de serviços (-32.602) e na construção civil (-29.795).
Entre as regiões, o desempenho mais positivo ocorreu no Sul, com criação de 45.053 postos de trabalho, e no Centro-Oeste, que gerou 25.869 vagas formais. No Nordeste (-152.342 vagas), no Norte (-33.843) e no Sudeste (-128.685), o resultado foi negativo.
O ministro espera que os ajustes produzidos na economia, anunciados pela equipe econômica, retomem o ritmo de crescimento e o país consiga gerar mais empregos. “Nos últimos 12 anos foram criados 21 milhões de postos de trabalho, porém é preciso ajustar a economia para que possamos continuar gerando vagas formais. Somente o FGTS vai aportar este ano cerca de R$ 70 bilhões, que vai beneficiar, principalmente, o setor da construção civil”, lembrou.
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Na avaliação de Manoel Dias, mesmo com o enfraquecimento em maio, o Brasil tem motivos para esperar uma melhora no quadro de geração de novas vagas, a partir do segundo semestre. Segundo ele, há setores que planejam investir ainda este ano, o que garantirá a geração de novos empregos. “O FGTS já desembolsou R$ 20 bilhões, neste primeiro semestre, para o setor da habitação e saneamento básico. Esse recurso vai ajudar a recuperar os empregos na construção civil, que deve gerar mais de um milhão de novos postos ainda em 2015”, comentou.
Dias também falou do recrudescimento da crise política, que deve trazer de volta o interesse do empresariado e de cidadãos em geral por novos investimentos. “A crise política levou muita gente a adiar seus projetos pessoais. A medida em que os ânimos se acalmam, o ritmo será retomado. O dólar, por exemplo, já apresenta estabilidade há várias semanas”, observou.
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