Senadores do PMDB reuniram-se na manhã de hoje (26), na residência do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), com o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Ao deixar o encontro, o líder do partido na Casa, Eunício Oliveira (CE), disse que um dos assuntos discutidos foi a relação entre a legenda e o Executivo. “A preocupação é com o relacionamento. Ninguém tem que esconder que há neste momento uma angústia do ponto de vista da coalizão política com o principal partido, o PMDB”, disse Eunício.
Ele definiu o encontro com Lula como uma conversa política amistosa entre “velhos amigos”. Para ele, o ex-presidente é um “otimista da política brasileira, um incentivador e um porto seguro do ponto de vista da conversa política” para os parlamentares. Ontem (25), Lula reuniu-se em Brasília com senadores do PT na casa do vice-presidente do Senado, o petista Jorge Viana (AC).
Outra preocupação evidenciada pelos peemedebistas no encontro foi o ajuste fiscal proposto pelo governo. “O PMDB está muito unido em torno dessa possibilidade de que nós tenhamos um ajuste com começo, meio e fim para que todos saibam que o ajuste não ficará apenas naquelas mudanças contidas nas medidas provisórias [MPs 664 e 665] que transferem uma parte do problema para a parcela mais pobre da população. É preciso construir alternativas para o ajuste”, alertou Renan Calheiros.
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As MPs alteram regras do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e da Previdência Social, aumentando o rigor para a concessão do abono salarial, do seguro-desemprego, do seguro-defeso dos pescadores artesanais, a pensão por morte e o auxílio-doença. Apesar de já estarem valendo, as MPs precisam ser votadas no Congresso Nacional até o dia 2 de abril, para que não percam a validade.
De acordo com Renan, Lula pediu que o partido apoie o governo. “O presidente [Lula] não falou especificamente [sobre o ajuste fiscal], mas demonstrou muitas convergências com todos nós. Ele pediu apoio para que sejam construídas saídas políticas e econômicas para o Brasil.”
Segundo Renan, o ex-presidente está disposto a ajudar e no encontro admitiu que o PMDB precisa ter um papel mais protagonista no governo. De acordo com relato de Renan, Lula lembrou que, quando era presidente, sempre envolvia o vice, José Alencar, nas decisões e defendeu o mesmo tratamento para Michel Temer, presidente da legenda e vice-presidente da República. “É preciso que o governo envolva o vice-presidente Michel Temer em todas as decisões, porque ninguém melhor que Michel [Temer] interpreta o sentimento do partido como um todo”, ressaltou Renan.
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