Segundo Dilma, a revista Veja – que publicou em primeira mão a denúncia, feita pelo próprio Delcídio – destacou trechos aparentemente comprometedores do áudio, mas não deu o devido destaque a outros pontos do diálogo entre o ministro e um assessor do senador que, no entendimento da presidente, comprovariam que Mercadante se limitou a expressar sua solidariedade pessoal a um correligionário em dificuldades.
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A presidente destacou que Lula é um “hábil articulador” e que “tem conhecimento sobre as necessidades do país”. Mesmo se referindo a Lula sempre como “presidente”, Dilma negou que o novo ministro do seu governo será um primeiro-ministro com superpoderes. De acordo com a presidente, “não se trata de poderes ou superpoderes”. “Ele terá os poderes necessários para ajudar o país no que for preciso”, ponderou.
Dilma descartou ainda a possibilidade de haver mudanças no Ministério da Fazenda e no Banco Central, como se cogita nos bastidores do Palácio do Planalto. Segundo ela, o ministro Nelson Barbosa e o presidente do BC, Alexandre Tombini, estão “mais dentro do governo do que nunca”. Destacou, ainda, que ambos têm compromisso com a estabilidade fiscal e o controle da inflação tal qual o presidente Lula e as políticas do Partido dos Trabalhadores.
Foro privilegiado
A presidente rechaçou qualquer possibilidade de Lula ter sido nomeado para fugir do juiz federal Sérgio Moro, de Curitiba, que coordena as ações da Operação Lava Jato na Justiça. Dilma ressaltou que o STF é a suprema corte do país e que está acima de qualquer instância jurídica, seja ela de primeira ou segunda instância. “Esta acusação é uma inversão da hierarquia”, afirmou a presidente.