Denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF) afirma que o senador Fernando Collor (PTB-AL) recebeu “ascendência” sobre a BR Distribuidora em 2009, do então presidente Lula, “em troca de apoio político à base governista no Congresso”. A informação foi publicada na edição desta quarta-feira (13) pela Folha de S. Paulo.
Ainda de acordo com Janot, foi criada na BR Distribuidora, entre os anos de 2010 e 2104, “uma organização criminosa preordenada principalmente ao desvio de recursos públicos em proveito particular, à corrupção de agentes públicos e à lavagem de dinheiro”. Desta forma, uma parte “foi entregue” a Collor, que nomeou diretores, e outra teria sido “reservada” ao PT. O caso está sendo analisado pelo ministro do STF Teori Zavascki. Lula não é alvo da ação do procurador-geral.
A acusação integra a denúncia do Ministério Público Federal contra o deputado Vander Loubet (PT-MS), devido à influência do Partido dos Trabalhadores na BR Distribuidora. O congressista, sua mulher, o ex-ministro Pedro Paulo Leoni Ramos (apontado como “operador particular” de Collor) e mais duas pessoas são acusadas de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e por integrar organização criminosa.
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Além disso, o ministério público pede R$ 1 milhão em favor da União e mais R$ 5 milhões por danos morais e materiais.
A denúncia do procurador-geral vai no sentido da delação premiada do ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró. Em depoimento, Cerveró afirmou que Lula e, posteriormente, a presidente Dilma Rousseff concederam “influência na BR Distribuidora” a Collor.
Em 2013, o ex-diretor da Petrobras destaca que foi à Casa da Dinda, residência do parlamentar alagoano em Brasília, onde Collor afirmou, após conversa com Dilma, que “a presidência e todas as diretorias da BR Distribuidora”estavam à sua disposição.
Outro lado
Procurado pela Folha, o Instituto Lula destacou que os diretores da Petrobras e da BR Distribuidora “foram indicados por partidos “, e não por Lula. A defesa de Collor negou o uso de influência política do senador dentro da empresa e destacou que as relações do alagoano com instituições públicas atendem “o legítimo exercício da representação parlamentar”. O deputado Vander Loubet negou qualquer vantagem indevida e destacou que vai se pronunciar após ter acesso à integra da denúncia.
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