O ex-presidente Lula cobrou explicações do vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), a respeito de suas ligações com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Para ele, quem “paga o pato” pelas denúncias envolvendo o deputado, no final das contas, é o próprio PT.
Em entrevista a oito blogueiros, concedida no Instituto Lula, em São Paulo, ele disse que o deputado, que se licenciou ontem (7) do mandato por causa das denúncias, tem de convencer a sociedade e provar que é inocente. “Espero que ele consiga convencer a sociedade e provar que não tem nada além do avião. Torço por isso, porque no final quem paga o pato é o PT. Espero que não tenha nada além de uma viagem, o que já é um erro”, disse Lula.
O ex-presidente lembrou que André deu declarações divergentes sobre o uso do avião pago pelo doleiro. Primeiro, disse que havia bancado a despesa com combustível, depois admitiu que não pagou pela viagem do Paraná até a Paraíba. “Quando Deus coloca um ser humano no mundo, coloca na expectativa de que todos façam as coisas corretas, não cometam nenhum erro. Acho que ele tem que explicar. Não tem sentido . Ele é vice-presidente de uma instituição importante”, declarou.
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Amizade com doleiro
De acordo com a revista Veja, o deputado petista e o doleiro trabalhavam para enriquecer juntos e conquistar a “independência financeira” a partir de contratos fraudulentos com o governo federal. A revista divulgou mensagens de celular interceptadas pela PF que mostram que Vargas passava informações do governo ao doleiro e exercia seu poder para cobrar compromissos de Youssef. Antes disso, o jornal Folha de S. Paulo revelou que o parlamentar viajou, de férias, em avião pertencente ao doleiro. O Conselho de Ética e a Corregedoria da Câmara vão investigar o caso.
A Justiça do Paraná enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) autos da investigação da Lava-Jato contra o vice-presidente da Câmara, que se licenciou do mandato por 60 dias, alegando sofrer “massacre midiático“. André Vargas disse ser amigo do doleiro há 20 anos, mas alega que desconhecia atividades ilegais de Youssef.
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