Os dois principais alvos da nova fase da Lava Jato, a Blackout, já estão presos na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Os lobistas Jorge Luz e Bruno Luz chegaram na manhã deste sábado à capital federal, vindos de Miami, nos Estados Unidos. Segundo a PF, pai e filho devem ser transferidos para Curitiba até quinta-feira (2). A dupla teve a prisão decretada pelo juiz Sérgio Moro, na 38ª etapa da operação, deflagrada na última quinta-feira (23).
Eles chegaram a ser incluídos na lista de procurados da Interpol após não terem sido localizados no Brasil. Os dois foram presos ontem na cidade norte-americana, onde Bruno morava, e viajaram em voo comercial até o Brasil. Pai e filho são acusados pelo Ministério Público Federal de intermediar propina de “forma profissional e reiterada” para políticos do PMDB e executivos da estatal. Investigações apontam que eles repassaram US$ 40 milhões em propina a agentes políticos e públicos apenas nos últimos dez anos. Entre os beneficiários desse esquema de corrupção, segundo o MPF, estão senadores peemedebistas. Por terem foro privilegiado, seus nomes não foram divulgados. Cabe à Procuradoria-Geral da República investigar parlamentares federais e outras autoridades.
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Considerado “o operador dos operadores”, Jorge Luz atuava na Petrobras desde os anos 1980 e tinha trânsito livre na estatal e com políticos, principalmente do PMDB. Em delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró afirma que Jorge Luz repassou US$ 6 milhões em propina ao ex-presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), atual líder da bancada, por contratos de navio-sonda. O peemedebista admite conhecer Jorge, mas nega ter recebido propina. Diz que não o vê há 25 anos. Os investigadores afirmam que pai e filho utilizavam contas de empresas offshores na Suíça e nas Bahamas para dissimular o pagamento de propina.
Jorge Luz também aparece nas delações de Paulo Roberto Costa, outro ex-diretor da companhia, e Fernando Soares, o Fernando Baiano, também operador do PMDB. O partido nega qualquer vínculo com os lobistas. “Não têm relação com o partido e nunca foram autorizados a falar em nome do PMDB”, sustenta a legenda em nota.
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