Um executivo da Camargo Corrêa afirmou que a empreiteira usou uma microempresa para pagar R$ 2 milhões ao senador Edison Lobão (PMDB-MA). Em depoimento à Polícia Federal, o delator Luiz Carlos Martins declarou que o repasse estava relacionado à construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. A informação é da Folha de S.Paulo.
De acordo com o delator, o ex-ministro de Minas e Energia recebeu o dinheiro por ter ajudado a montar os consórcios e para não impor obstáculos ao andamento da obra. Segundo a reportagem, o depoimento consta de inquérito aberto em março pelo ministro do STF Edson Fachin como um desdobramento da Lava Jato a pedido da Procuradoria-Geral da República.
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Conforme a Folha, esta é a primeira vez que um delator da Camargo Corrêa aponta o “caminho do dinheiro” destinado a Lobão. O delator apresentou documentos que indicam que os pagamentos foram feitos pela empreiteira para a AP Energy Engenharia e Montagem, de Santana do Parnaíba (SP), entre 2011 e 2012. Na época, Lobão era ministro de Minas e Energia da presidente Dilma Rousseff.
Segundo o delator, os serviços da empresa eram “fictícios” e nunca foram prestados. As notas fiscais indicam pagamentos de R$ 1,22 milhão e R$ 1,26 milhão. Cerca de R$ 583 mil ficaram com os responsáveis da AP a título de “comissão” pelo trabalho de intermediação dos repasses, afirmou Luiz Carlos.
O advogado de Lobão, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que seu cliente “não conhece a empresa AP Energy nem os sócios dela”. “Só isso já demonstra a completa mentira e irresponsabilidade da delação. É lamentável que as palavras dos delatores tenham foro de verdade, pois no caso concreto são absolutamente falsas”, afirmou Kakay à Folha.
Um dos sócios da AP declarou ao jornal que não se recordava do pagamento de R$ 2,5 milhões recebido pela sua empresa, entre 2011 e 2012, da Camargo Corrêa.
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