Um colégio de líderes formado apenas por representantes das bancadas de partidos de oposição ao palácio do Planalto discute como substituir o primeiro vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), considerado um trapalhão que criou um constrangimento internacional ao Congresso quando anulou a sessão que aprovou a admissão do processo de impeachment da presidente Dilma Roussef. Da sala da liderança do PTB, onde o colégio informal de líderes está reunido, ainda não se encontrou a solução jurídica para afastar Maranhão. PT, PC do B e PSol não participam da reunião.
Representantes do PMDB sugeriram a aprovar Maranhão por decisão do Plenário, alegando que ele causou constrangimento à Câmara ao revogar, por decisão monocrática, a sessão que aprovou o impeachment. Mas a solução jurídica não está prevista no regimento. O temor do grupo que quer a saída do primeiro vice é que uma saída com defeito jurídico possa piorar a crise política, já que isto poderia provocar um recurso do próprio Maranhão ao Supremo Tribunal Federal, o que deixaria os deputados excessivamente dependentes do STF para o funcionamento da Casa.
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Um grupo de líderes tenta negociar com Maranhão a sua renúncia. Neste caso, haveria uma nova eleição para o cargo de presidente da Câmara, cargo vago há uma semana desde o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pelo Supremo. A alternativa de cassar o mandato de Maranhão em processo no conselho de ética demoraria demais e causaria ainda mais constrangimento à Câmara.
Maranhão também foi julgado na manhã desta terça-feira pela bancada do seu partido. A recomendação da maioria é que o diretório nacional da legenda, que vai se reunir amanhã às 10h, decida o futuro do parlamentar. A direção do PP e amigos de Maranhão tentam convencê-lo a renunciar para amenizar a crise. Sem partido, Maranhão perderia o direito de ocupar a primeira vice-presidência, posto destinado ao PP na proporcionalidade do tamanho das bancadas. Mas maranhão ainda tem amigos no diretório que não desejam a punição máxima. Além disso, o deputado punido pode virar uma ameaça a vários colegas que estão envolvidos com ele na Operação Lava Jato, inclusive Eduardo Cunha e outros.
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