“O Brasil inteiro, o Brasil democrático quer ouvir uma manifestação similar do candidato derrotado da oposição, o nosso colega, o senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, contra esses atos de agressão à democracia que têm sido perpetrados por alguns criminosos. Não condenar esse tipo de golpismo é, evidentemente, ser conivente com ele”, discursou Humberto Costa.
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Para o senador petista, Aécio tem de se alinhar ao “repúdio ao golpismo” manifestado, entre outros, pelo tucano Geraldo Alckmin, governador de São Paulo. “Igualmente firme nessa linha de repúdio ao golpismo foi o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, também do PSDB, que ontem mesmo criticou de forma veemente o caráter fascista dessas manifestações. Aliás, hoje eu tive a oportunidade de, pessoalmente, congratular-me com o governador por telefone elogiando a sua atitude, de um autêntico democrata”, acrescentou.
O discurso foi feito da tribuna do plenário, onde está previsto para amanhã (5) o primeiro pronunciamento de Aécio na Casa depois das eleições. Enquanto Humberto Costa falava no plenário, na tarde desta terça-feira (4), o tucano era recebido aos gritos de “presidente” na entrada principal do Congresso. Hoje, ao responder sobre as manifestações, Aécio disse ter sido “o candidato das liberdades, da democracia e do respeito”. “Aqueles que agem de forma autoritária e truculenta estão em outro campo político, não estão no nosso”, disse o parlamentar mineiro (confira).
Auditoria
No discurso, Humberto Costa faz críticas ao pedido de auditoria feito pelo PSDB ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na sexta-feira (31), com objetivo de conseguir a apuração no sistema de votação das urnas eletrônicas. Para o senador petista, a iniciativa compõe um conjunto de ações que, reverberadas pela imprensa, logo se espalham pelas redes sociais.
“É vergonhosa uma demanda dessa natureza; é um desserviço à democracia. E espero que o Tribunal Superior Eleitoral, consciente da sua estatura e da grandeza e da correção com que conduz as eleições brasileiras, recuse um pedido tão estapafúrdio como esse”, disse Humberto, referindo-se ao julgamento em que o TSE vai analisar, hoje (terça, 4), o pedido dos tucanos.
Humberto fez ainda críticas à postura do deputado distrital tucano Raimundo Ribeiro, em reunião realizada ontem (segunda, 3) na sede do partido em Brasília, quando foi discutido o impeachment de Dilma. A informação foi veiculada na edição desta terça-feira do jornal O Globo, na coluna Panorama Político, do jornalista Ilimar Franco.
“[Raimundo] disse até o seguinte: ‘o impeachment tem que sensibilizar o Congresso. Isso só vai acontecer se a rua se sensibilizar. O Aécio deu a senha pra gente: você quer acabar com a corrupção? Tire o PT do poder.’ É deprimente! Mas eu sei que muitos no próprio PSDB são frontalmente contrários a essa série de tropeços do partido havidos após a derrota nas urnas. A coluna Painel, da Folha de S.Paulo, traz hoje a informação de que, reservadamente, muitos tucanos têm condenado esse pedido de auditoria das urnas”, declarou o senador pernambucano, mencionando a fala de Aécio no último debate com Dilma antes da votação em segundo turno, na TV Globo.