“Venho à tribuna, nesta tarde, lamentando, mas para colocar em ordem alguns fatos deturpados por aqueles que não querem fazer política em um nível elevado”, disse Humberto Costa, ao começar o seu discurso. Nos últimos dias, Eduardo Campos aumentou o tom das críticas à presidenta, sua provável adversária nas eleições de outubro.
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O líder do PT cobrou coerência do governador do PSB, lembrando que Eduardo Campos foi ministro de Lula e seu partido ajudou a eleger Dilma e participou do atual governo até meados do ano passado. “Isso é de um contrassenso, é de uma incoerência gritante e nos obriga a restabelecer a verdade dos fatos”, criticou o senador.
Minutos depois de Humberto, foi a vez de a líder do PSB no Senado, Lídice da Mata (BA), utilizar a tribuna para rebater o petista. Lídice lembrou que o PT publicou no Facebook um texto com termos depreciativos contra Eduardo Campos, que a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) qualificou como “ingrato” o governador pernambucano e que a própria presidenta Dilma chamou de “cara de pau” seus opositores.
“Nada disso pode ser registrado como deselegante. O PT acha que agora tem o monopólio da elegância no Brasil, já teve outros monopólios, agora é o da elegância”, protestou a líder do PSB.
Em seu discurso, Humberto Costa citou uma série de investimentos do governo federal em Pernambuco e acusou o governador de tentar se apropriar das ações federais. “Não pode é alguém desconhecer que isso aconteceu, é alguém assumir como seu unicamente aquilo que foi feito a partir de uma parceria. É isso que estou questionando, é isso que estamos aqui levantando”, afirmou.
PublicidadeO senador também rebateu a declaração de Eduardo Campos de que “quem acha que sabe tudo não sabe de nada”, numa referência ao estilo centralizador da presidenta. “A população não só quer mais quatro anos de Dilma como sabe que só ela é capaz de fazer as mudanças desejadas para o país. Isso está atestado pelas pesquisas de opinião. Quem não sabe de nada, como foi dito, é quem insiste em não ver isso”, retrucou Humberto.
O líder petista concluiu seu discurso fazendo um “convite” para que os candidatos elevem o nível do debate e apresentem propostas para temas sensíveis ao país. “Vamos deixar de lado o discurso elaborado na cozinha dos palácios pelas equipes de marketing e vamos tratar do que realmente interessa ao país, sem agressões pessoais e sem ataques gratuitos”, afirmou.
As declarações de Eduardo Campos contra Dilma foram feitas no último sábado, em Nazaré da Mata (PE), em evento que marcou o lançamento da pré-candidatura do secretário estadual de Fazenda, Paulo Câmara, a governador. A chapa será composta pelo deputado federal Raul Henry (PMDB) como vice, e pelo ex-ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra Coelho (PSB) como candidato ao Senado.
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