Nomeado líder do PSB na manhã desta quarta-feira (18), o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) exibiu um trecho de aproximadamente três minutos no plenário da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da delação do operador Lúcio Bolonha Funaro. A exibição do vídeo, algo inédito na comissão, foi autorizada pelo presidente Rodrigo Pacheco. O vídeo fez parte dos 15 minutos de fala aos quais Delgado tinha direito como membro da comissão que analisa se a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer terá prosseguimento ou não. Além de Temer, também foram denunciados os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, por organização criminosa e obstrução de Justiça.
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Depois da exibição, Júlio também afirmou que Temer mentiu quando afirmou que não conhecia Funaro. Com um papel em mãos, o líder do PSB também ilustrou como Temer era o “centro da constelação” que compunha a organização criminosa nas provas apresentadas pela Polícia Federal ao processo.
O mineiro ainda listou 15 pontos que “mostram o retrocesso” de garantias sociais e político que fizeram parte das medidas adotadas pelo governo, entre eles o decreto que extinguia a Renca – que foi revogado dias depois – e, mais recentemente, o leilão das usinas da Cemig e a protaria que flexibiliza o entendimento de trabalho escravo contemporâneo.
Ele encerrou afirmando que às vezes sentia “lampejos de arrependimento” por ter votado a favor do impeachment de Dilma e questionando “que país é esse”.
Delgado foi o último deputado inscrito na fase de discussão da denúncia. Jandira Feghalli (Psol-RJ) também falou, mas usando seu tempo de líder. A fase de discussão foi encerrada e os deputados devem votar o relatório no fim desta tarde, após a volta do intervalo de 30 minutos. Ainda deverão falar o relator Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), e os advogados de Temer, Padilha e Moreira Franco. Antes da votação, a questão de ordem apresentada por Alessandro Molon (Rede-RJ) para votar se a denúncia poderá ser votada para cada um dos acusados individualmente também deverá ser resolvida antes dos deputados votarem o relatório.
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