“É um projeto de poder para sustentação do PT. Não há dúvida disso. Vou citar isso na peça, claro. Não tem dúvida. PT e a base aliada como PMDB, PP”, disse Antônio Augusto Figueiredo Basto, responsável pela defesa de Youssef, ao repórter Erich Decat, do jornal O Estado de S. Paulo. Segundo o advogado, o doleiro não teve a importância no esquema como defende o MPF, que aponta Youssef como um dos líderes da quadrilha. “Meu cliente foi mera engrenagem. Não era a peça fundamental do esquema. Não tinha esse poder para fazer com que o esquema funcionasse ou deixasse de funcionar”, completou.
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Pela entrevista do advogado ao jornal, será adotada uma estratégia jurídica similar com a da defesa do vice-presidente da Engevix, Gérson de Mello Almada. Apesar de ele negar que haja uma tática conjunta, ao atrelar o esquema de corrupção a políticos com prerrogativas de foro, tenta-se, por consequência, evitar o desmembramento do processo. Atualmente, os acusados sem foro privilegiado serão julgados na 13ª Vara Federal de Curitiba, onde o juiz Sérgio Moro é titular.
As citações a políticos com prerrogativa de foro foram enviadas para o Supremo Tribunal Federal (STF). Na corte suprema, o ministro Teori Zavascki é o responsável por analisar o caso. Em 19 de dezembro ele homologou a delação premiada de Youssef. Nesta semana, Moro levantou o sigilo dos termos do acordo assinado pelo doleiro. Ele não poderá cumprir pena de mais de cinco anos em regime fechado, mas terá que devolver carros, imóveis e hotéis, além de R$ 1,8 milhão em dinheiro.
De acordo com o ministro, existem indícios da participação de políticos no esquema, especialmente de PT, PMDB e PP. “Dos documentos juntados com o pedido é possível constatar que, efetivamente, há elementos indicativos, a partir dos termos do depoimento, de possível envolvimento de várias autoridades detentoras de prerrogativa de foro perante tribunais superiores, inclusive de parlamentares federais, o que atrai a competência do Supremo Tribunal Federal”, justificou Teori, segundo reportagem publicada pelo Estadão na quarta.
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