O juiz federal Sérgio Moro decretou hoje (3) a prisão preventiva do publicitário João Santana e da mulher dele, Mônica Santana. O casal já cumpria prisão temporária na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, desde a semana passada, quando foram presos na Operação Acarajé, da Polícia Federal (PF).
Na decisão, Moro disse que a prisão de Santana é necessária para preservar as investigações porque ele tentou destruir arquivos eletrônicos. “A conduta tomada por João Santana, de, em cognição sumária, promover a eliminação de arquivos eletrônicos, ou seja, destruir provas, indica risco à investigação ou à instrução caso seja colocado em liberdade”, decidiu Moro.
Segundo a PF, há indícios, apontados em planilhas, de que o publicitário João Santana recebeu R$ 4 milhões da empreiteira Odebrecht no Brasil e os documentos apreendidos divergem da versão apresentada pelo casal nos depoimentos prestados na semana passada. A suspeita é que o dinheiro tenha origem no esquema de desvios na Petrobras.
De acordo com a Polícia Federal, no dia em que operação foi deflagrada, João Santana apagou sua conta no sistema de armazenamento em nuvem chamado Dropbox. Santana e sua mulher se entregaram à PF no dia seguinte à operação, na terça-feira (23), porque estavam na República Dominicana, onde participavam da campanha presidencial do país.
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“Considerando a data da providência, a medida tinha a finalidade provável de impedir o acesso das autoridades policiais ao conteúdo armazenado em nuvem junto àquele endereço eletrônico, já que a interceptação ou quebra de sigilo telemático é recurso usualmente empregado nas investigações policiais modernas. Em termos atuais, apagar os arquivos em nuvem equivale a destruir documentos que podem interessar à investigação”, argumentou Moro.
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