Preso desde novembro em Curitiba, o presidente da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, afirmou em anotações à mão que as irregularidades descobertas na diretoria de Abastecimento da Petrobras são “fichinha” perto das cometidas em outras áreas da estatal. A informação é da revista Veja. Segundo a reportagem, Ricardo escreveu que o tesoureiro da campanha à reeleição de Dilma, o deputado Edinho Silva (PT-SP), está “preocupadíssimo” com a associação entre as contribuições eleitorais à petista e o esquema na Petrobras.
“Todas as empreiteiras acusadas de esquema criminoso na Operação Lava Jato doaram para campanha de Dilma. Será se (sic) falarão sobre vinculações campanha x obras da Petrobras?”, anotou Ricardo, considerado o coordenador do “clube” de empreiteiras que atuavam como cartel na prestação de serviços à Petrobras, de acordo com as investigações da Operação Lava Jato. “Já pensou se há vinculações em algumas delas. O que dirá nosso procurador-geral da República. STF a se pronunciar”, emendou.
As anotações são vistas como um recado das empreiteiras para o PT e o governo contra eventuais punições.
Na delação premiada, o executivo da Toyo Setal, Augusto Mendonça, disse que o ex-diretor da Petrobras Renato Duque operava para o PT, pedindo doações como contrapartida por contratos da empresa. Duque nega. “O que foi apresentado sobre a área de Abastecimento da Petrobras é muito pequeno quando se junta tudo a Pasadena, SBM, Angola, esquema argentino, Transpetro, Petroquímica e outras mais. Ah, e o contrato de meio ambiente na Petrobras Internacional? Se somarmos tudo, Abastecimento é fichinha”, escreveu Ricardo Pessoa, segundo Veja.
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Edinho Silva nega preocupação e diz que todas as doações recebidas por Dilma na campanha foram legais e declaradas devidamente à Justiça eleitoral. O petista afirma, ainda, que o PT não recebeu doações da UTC.
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