Um dos investigados na Operação Lava Jato, o empresário Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC, disse em depoimento a procuradores ter doado R$ 7,5 milhões à campanha de reeleição da presidenta Dilma Rousseff em 2014. O empreiteiro disse temer que, se não ajudasse o PT naquele pleito, seus negócios com a Petrobras fossem prejudicados. As informações constam de manchete do jornal Folha de S.Paulo deste sábado (9).
Preso em novembro do ano passado e hoje em prisão domiciliar, Pessoa disse que tratou das doações diretamente com o tesoureiro da campanha de Dilma, Edinho Silva, atual ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. O empreiteiro negocia com o Ministério Público Federal desde janeiro um acordo de delação premiada, em que colaboraria com as investigações em troca de redução de pena.
Nesse processo de negociação, Pessoa declarou que havia vínculo entre as doações eleitorais e seus contratos com a Petrobras. Ele disse ainda que se reuniu com Edinho Silva por orientação do então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que está preso em Curitiba (PR). Vaccari é apontado como principal operador do partido no âmbito do esquema bilionário de corrupção descoberto na petrolífera pela Lava Jato, da Polícia Federal.
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“As doações à campanha de Dilma foram feitas legalmente. Segundo os registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foram três: duas em agosto e outra em outubro de 2014, dias antes do segundo turno da eleição. Se pessoa fechar o acordo de delação premiada com os procuradores, ele terá então que fornecer provas e detalhar suas denúncias em depoimentos ao Ministério Público e à Polícia Federal. Em janeiro, Pessoa já havia indicado sua disposição de falar sobre a campanha de Dilma Rousseff em documento escrito na cadeia e publicado pela revista Veja. ‘Edinho está preocupadíssimo’, escreveu o empresário”, diz trecho da reportagem da Folha.
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