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Segundo reportagem do Estadão, Borin mencionou a realização de transferências consideradas “suspeitas” por parte de contas associadas à empreiteira. De acordo om o delator, as movimentações financeiras totalizaram pelo menos US$ 132 milhões. Vinícius Borin assinou a colaboração judicial na última sexta-feira (17), e o teor das declarações feitas ainda precisa de homologação do juiz Sérgio Moro para ganhar validade constitucional.
O operador detalhou 29 contas no exterior que foram abastecidas pelos repasses. Entre elas a offshore Shellbill que, a partir de informações da equipe de investigadores, é de propriedade do marqueteiro João Santana, responsável por campanhas eleitorais de Lula e Dilma Rousseff. Santana já está preso. Vinícius Borin disse que a conta recebeu cerca de US$ 16 milhões provenientes de três offshores da empreiteira.
Borin também afirmou que, no começo, a ideia da empreiteira era comprar o banco falido Antigua Overseas Bank (AOB), mas acabou desistindo do negócio devido à má condição financeira da instituição. A partir daí, os executivos da Odebrecht miraram o banco Meinl, comprado com intuito exclusivo de realizar as transferências. À época, 51% da filial do banco austríaco foi comercializado por US$ 4 milhões. Um dos objetivos era preservar as contas secretas da empreiteira.
Além de detalhar o esquema de pagamento de propinas, Vinícius Borin destacou que as contas da empresa movimentaram US$ 1,6 bilhões no Meinl Bank e US$ 1 bilhão no AOB. Ainda de acordo com o depoimento do operador, “pelo volume de dinheiro e pela estrutura criada” seria “impossível” o presidente do grupo, Marcelo Odebrecht, não ter conhecimento dos pagamentos efetuados. Marcelo é outro preso da Lava Jato e negocia delação premiada.
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