Cotada para assumir o Ministério da Agricultura, a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) recebeu R$ 350 mil em doações da trading de grãos Fiagril, investigada na Operação Terra Prometida, da Polícia Federal (PF). De acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, desse valor, R$ 100 mil foram repassados para a campanha filho da senadora, o deputado Irajá Abreu (PSD-TO). Mais R$ 200 mil foram repassados à parlamentar pelo presidente da empresa, Marino Franz, preso na operação que apura um esquema bilionário de fraude em venda de terras destinadas à reforma agrária.
Ao todo, a empresa e o empresário destinaram R$ 550 mil para a campanha da senadora. Franz é ex-prefeito de Lucas do Rio Verde (MT). Kátia, segundo a reportagem, foi a segunda maior beneficiária das doações da Fiagril, que doou R$ 1,2 milhão para candidatos nesta eleição. A presidente Dilma (PT) e o governador eleito de Mato Grosso, Pedro Taques (PDT), receberam R$ 80 mil e R$ 300 mil respectivamente. A trading de grãos também doou para políticos do PSDB e do PV de Mato Grosso, além da deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP).
A Operação Terra Prometida aponta o envolvimento de dois irmãos do ministro da Agricultura, Neri Geller (PMDB), no esquema. Cabe ao Supremo Tribunal Federal (STF) liberar ou não as investigações em relação ao ministro, que possui foro privilegiado. A operação cumpriu 52 mandados de prisão de fazendeiros e integrantes do Incra, entre outros envolvidos. A suspeita é de que o esquema desviou mais de R$ 1 bilhão com a venda de terras da União.
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Procurada, a assessoria de imprensa da senadora disse ao Estadão que as doações foram declaradas ao TSE e que é natural ela receber contribuições de empresas ligadas ao setor produtivo. A Fiagril alega que as acusações contra a empresa e seu proprietário são “infundadas”. Presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Kátia enfrenta resistência dentro do PT para assumir a pasta.
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