Logo após sair de uma reunião com o presidente Michel Temer, na qual decidiram revogar o decreto que autorizava o uso das Forças Armadas em Brasília, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou que será realizado perícia em todos os prédios públicos depredados pelos manifestantes na tarde de ontem (quarta-feira, 24), durante o ato intitulado #OcupaBrasília.
De acordo com ele, o caso será levado à Justiça para que apure e cobre o prejuízo dos manifestantes que causaram os danos ao patrimônio público. O ministro caracterizou os estragos como “inaceitáveis e incompatíveis” com o objetivo do ato.
Quanto às críticas sofridas pelo governo por autorizar o uso das Forças Armadas por meio de decreto, Jungmann saiu em defesa de Temer e afirmou que de 2010 a 2017 foram realizadas 29 ações com emprego das tropas para garantir a lei e a ordem. Além disso, lembrou que a ex-presidente Dilma Rousseff também já se utilizou do ato em seu governo, durante o leilão do pré-sal, e as “vozes” não foram contra.
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O ministro justificou ainda que as tropas foram orientadas para agir apenas na defensiva. “A orientação dada foi a de que as forças se posicionassem defensivamente, que protegessem o patrimônio e a vida das pessoas”, ressaltou. Ele disse ainda que caso seja necessário, para garantir a ordem, as Forças Armadas poderão ser utilizadas novamente.
Ao final de sua fala, durante uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, Jungmann afirmou que o objetivo de garantia da lei e da ordem foram atingidos e citou a continuidade dos trabalhos na Câmara, que aprovou oito medidas provisórias na noite de ontem. “Em função disso tivemos a garantia dos trabalhos no Congresso Nacional. A governabilidade foi recuperada e nós recuperamos a garantia da lei e da ordem. […] Não há democracia sem ordem. A ordem é basilar e essencial para democracia”, disse o ministro que, em seguida, completou: “Dentro da Constituição tudo, fora da Constituição nada”.
Efetivo insuficiente
O general Sérgio Etchegoyen, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), afirmou que o efetivo da Polícia Militar era insuficiente para proteger os ministérios, que foram depredados e alguns incendiados.
“Tendo em vista o pequeno efetivo – não pequeno, mas o efetivo insuficiente para toda Esplanada que passou a ser alvo de vandalismo – foi que o presidente da república aceitou, vendo que não havia mais solução. Esse foi o gatilho disparador da decisão do emprego do exército das Forças Armadas naquele momento”, afirmou.
Após uma série de críticas por conta do decreto presidencial que autorizou o uso das Forças Armadas durante a manifestação de ontem, em Brasília, e que previa atuação das tropas até o dia 31 de maio, o presidente Michel Temer revogou o decreto na manhã desta quinta-feira (25), por meio de uma edição extraordinária do “Diário Oficial da União”. A decisão foi tomada em menos de 24h da autorização
Brasília viveu um dia de caos e tensão nessa quarta-feira. Os ministérios da Agricultura, Planejamento e da Cultura foram incendiados, vários outros foram depredados, cerca de 50 manifestantes ficaram feridos e, na Câmara, parlamentares quase se estapearam. O ato, batizado de #OcupaBrasília, foi convocado pelas centrais sindicais e outros movimentos sociais e estudantis para protestar contra as reformas trabalhista e da Previdência e cobrar a saída do presidente Michel Temer.
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