O líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO), vai tentar se desvincular do Centrão na esperança de ampliar o apoio que pretende obter de deputados e partidos que não fazem parte do grupo. Formado por 13 legendas conservadoras, como o PP, o PTB e o PSD, o Centrão faz parte da base de apoio parlamentar do governo Michel Temer, mas é identificado com o ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cassado por quebra de decoro parlamentar e preso na Operação Lava Jato.
“Não serei o candidato do Centrão. Minha candidatura é mais abrangente e tem o apoio de deputados de vários partidos”, diz Jovair que está em campanha pelo telefone em pleno recesso parlamentar. O parlamentar vai concorrer ao posto que passou a ser o segundo na linha sucessória da Presidência da República após o impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff e a posse do vice Michel Temer. O Centrão é uma frente parlamentar que tem entre 200 e 250 deputados e indicou o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE).
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O principal adversário de Jovair é o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A disputa entre os dois deve parar no Supremo Tribunal Federal (STF). É que o líder do PTB vai questionar na Justiça a candidatura de Maia à reeleição na mesma legislatura por considerá-la inconstitucional, além de ferir o regimento interno da Casa.
Tanto Maia quanto Jovair são nomes que fazem parte da base de apoio parlamentar de Temer. Mas o Palácio do Planalto não esconde sua preferência pelo atual presidente. Bancadas como a do PMDB, partido do presidente da República, do PSDB, que tem ministros no governo e já indicou o líder Antônio Imbassahy (BA) como ministro das Relações Institucionais, e do DEM, de Rodrigo Maia, já tomaram a decisão política de apoiar a reeleição do presidente da Casa.
PublicidadeAlém da disputa entre Maia e Jovair, a campanha pela presidência da Câmara tem outros três concorrentes: os deputados Julio Delgado (PSB-MG), que faz parte da base de apoio parlamentar do governo, mas atua de forma independente, Rogério Rosso (PSD-DF), também governista e do Centrão, e André Figueiredo (PDT-CE), de oposição. Partidos oposicionistas como a Rede e o Psol ainda não decidiram se apoiarão alguém ou lançarão candidatos próprios. O PCdoB, também de oposição, deve apoiar a reeleição de Rodrigo Maia.
Jovair foi o relator que deu o parecer pela admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma, em abril, na Câmara. A comissão foi presidida por Rogério Rosso. Ambos foram indicados às respectivas funções por Eduardo Cunha, que presidia a Casa à época.
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