O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa admitiu que vem conversando com partidos que o procuram sobre uma possível candidatura sua à Presidência da República em 2018. De acordo com ele, a sondagem vem não só de partidos, mas de movimentos diversos e até de pessoas na rua. Sobre a possibilidade, não descartou: “Eu, pessoalmente, não me decidi”. Em entrevista concedida ao CBN Noite Total, na rádio CBN, o ex-ministro criticou a movimentação das principais legendas para as eleições, ainda que envolvidas em denúncias de corrupção.
“A eleição do ano que vem vai ser muito parecida com a eleição de 1989, a primeira eleição após o ciclo militar. […] Eu não sei como essas lideranças de PMDB, PSDB e PT ainda terão coragem de apresentar à nação candidatos à eleição. Eu acredito que haverá um repúdio enorme aos candidatos desses três maiores partidos”, ressaltou.
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Para Joaquim Babosa,”a pulverização de candidatos, o esfacelamento do Estado, a degradação moral e a perda de credibilidade dos partidos e das lideranças dos três maiores partidos políticos brasileiros” justificam sua crítica às legendas. “Que as instituições brasileiras estão em frangalhos, eu não preciso reafirmar. Qualquer pessoa minimamente informada e com capacidade de análise percebe isso”, ressaltou.
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O ex-ministro disse ver “um contraste abismal” entre o Brasil da época em que ele deixou seu cargo na Corte, em agosto de 2014, e o Brasil dos dias atuais. “A degradação institucional é visível. É observada com pavor pelo mundo todo. Só os brasileiros que não percebem isso. O país precisa, com urgência, virar essa página”, ponderou durante a entrevista.
Aposentado do STF, mas atuante na advocacia, Joaquim Barbosa ressaltou que nunca saiu do Brasil, rechaçando boatos sobre o assunto. “Continuo fazendo as mesmas coisas. Só mudei de emprego, mas continuo no Brasil, ao contrário do que muitos pensam. Vivo entre São Paulo, Rio e Brasília”, afirmou.
PublicidadeJoaquim Barbosa ficou conhecido por sua atuação na Corte durante o julgamento do mensalão, no qual foi relator da Ação Penal 470. Na ocasião, foi criticado pelos petistas e aliados do governo Dilma por ter determinado a condenação de dirigentes e parlamentares históricos do partido na condição de relator do processo do mensalão.
No ano passado, logo após o impeachment de Dilma, apesar das críticas à ex-presidente petista e à era PT, Joaquim chamou a ascensão de Temer ao comando de “anomalia”, com a qual o povo brasileiro terá de lidar nos próximos dois anos. “É muito grave tirar a presidente do cargo e colocar em seu lugar alguém que é seu adversário oculto ou ostensivo, alguém que perdeu uma eleição presidencial ou alguém que sequer um dia teria o sonho de disputar uma eleição para presidente. Anotem: o Brasil terá de conviver por mais dois anos com essa anomalia”, disse na ocasião o ex-ministro.
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