O ex-deputado e ex-presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, afirma, em entrevista publicada neste domingo pelo jornal O Estado de S. Paulo, que o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o bancário Paulo Okamoto, é a chave para ligar o presidente Lula às irregularidades praticadas pelo PT. Okamoto já assumiu ter pago dívida contraída por Lula com o partido.
Na entrevista, concedida ao repórter Expedito Filho, Jefferson diz: "Esse Okamotto é o Fiat Elba do Lula. Collor caiu por causa de um Fiat Elba. A ligação pessoal com o presidente (…) se dá através do Okamotto. Ele é o Fiat Elba, é o elo. Se quebrar o sigilo dele, a coisa pode ficar muito ruim para o presidente Lula".
Jefferson acrescenta que todos os atuais senadores e deputados federais fizeram caixa dois em sua campanha eleitoral. Isto é, receberam doações eleitorais e fizeram pagamentos de campanha não contabilizados oficialmente. "Esse Congresso não tem ninguém que tenha vencido a eleição sem caixa dois. Se estivéssemos num regime parlamentarista, esse Congresso teria sido dissolvido e eleições gerais seriam convocadas. Se os presidentes dos partidos fazem caixa dois, é claro que todo mundo embaixo tem caixa dois", declarou ele.
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O ex-deputado, ex-aliado do governo Lula, é contra o apoio do PTB a qualquer candidato a presidente da República, e faz críticas fortes ao que chama de "lulismo": “O lulismo é um fenômeno paulista muito parecido com o malufismo, ou com o ademarismo. É daquele tipo rouba, mas faz". Para Roberto Jefferson, "o PT deixou de ser partido da opinião pública para ser o partido dos grotões, por causa do assistencialismo”.