Janot afirmou, em sessão do STF, que “tudo ia bem na propinolândia” até o contrato de dois navios-sonda do estaleiro Samsung Heavy Industries, feito sem licitação e com pedido expresso de Cunha, ser suspenso. A partir daí, o parlamentar teria insistido para que o lobista Fernando Soares – mais conhecido como Fernando Baiano – pressionasse Júlio Camargo, ex-consultor da empresa Toyo Setal – empresa responsável pelos navios -, para que o pagamento da propina fosse retomado.
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O esquema foi descoberto por meio de delações premiadas feitas, principalmente, por Júlio Camargo. O procurador considerou que Cunha utilizou o cargo para receber cerca de US$ 5 milhões em dinheiro de corrupção. Para fechar o negócio, o presidente da Câmara também teria contado com a ajuda do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, já condenado na Operação. As negociações aconteceram entre 2006 e 2007, segundo as investigações. O procurador avaliou ainda que os contratos irregulares das sondas custaram aproximadamente R$ 1 bilhão.
O julgamento teve início por volta das 14h30, e deve se estender pela noite desta quarta-feira. Caso os magistrados decidam pela procedência das acusações de corrupção e lavagem de dinheiro, encampadas pela PGR, deixar-se-á para trás o estágio de inquérito há cerca de um ano em curso na corte contra o peemedebista, que passará à condição de réu no Supremo. Se isso se confirmar, avaliam atores da cena política em Brasília, ele perderá as condições de continuar à frente da Casa legislativa.
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