A bancada do PDT conseguiu crescer rapidamente com a saída de todos os deputados do Partido Republicano da Ordem Social (Pros) do Ceará, que tinham se filiado à legenda em 2014 por influência do ex-ministro Ciro Gomes, hoje presidente da estatal Transnordestina, e do seu irmão Cid Gomes, ex-governador cearense. O crescimento da bancada pedetista favorece a pré-candidatura de Ciro à Presidência da República em 2018.
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Como o Congresso em Foco mostrou com exclusividade em 11 de fevereiro, Ciro venceu a queda de braço com o senador Cristovam Buarque (DF) na preferência do PDT para a sucessão de Dilma Rousseff, o que levou o parlamentar do Distrito Federal a abandonar a legenda e engrossar as fileiras do PPS. Informalmente, Cristovam já é o candidato do partido oposicionista na corrida presidencial.
As bancadas do PDT, PSD e PTN ganharam dois deputados cada (veja na tabela abaixo). O Solidariedade deverá perder dois congressistas, mas ficará do mesmo tamanho porque deve atrair outros dois parlamentares. Criado em setembro, o Partido da Mulher Brasileira chegou a ter uma bancada relâmpago com 21 deputados. Eles foram para a nova sigla antes de a janela partidária por se tratar de novo partido. Agora, o PMB deve minguar e virar uma bancada nanica depois de ter servido de trampolim para outros partidos.
Política local
As trocas de legenda permitidas pela janela partidária são definidas pelos interesses estaduais. O líder do Solidariedade, Arthur Maia (BA), por exemplo, transferiu-se para o PPS porque preferiu não dividir o poder estadual do partido com Tiago Cedraz e Luciano Oliveira, filhos do conselheiro do Tribunal de Contas da União Aroldo Cedraz. Maia vai presidir o PPS no estado e continuará fazendo oposição ao governo Dilma Rousseff, apoiando a reeleição do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM).
PublicidadeCriado em 2014, o Pros chegou a ter 21 deputados. No ano passado caiu para 12 e, hoje, tem 9 parlamentares em exercício. Esse pequeno grupo perdeu três parlamentares nos últimos dias e ganhou outros três. Até o final do prazo para a troca de partidos, em meados de março, o Pros pode se transformar em uma bancada minúscula e sem direito à liderança na Câmara.
Para ter direito a líder, a bancada deve ser de, no mínimo, cinco deputados. Essa é a meta do Partido Social Liberal, que tem como líder informal Alfredo Kaeffer (PR), o tucano que deixou o PSDB para tentar enrobustecer uma nova legenda de oposição. Kaeffer espera arregimentar, até o final do prazo para a troca de legenda, pelo menos nove colegas para ter direito a participar de debates nas emissoras de TV e rádio entre candidatos majoritários.
Confira a tabela parcial do troca-troca:
DEPUTADO | SAIU | FOI |
Alberto Fraga | DEM | PP |
Alfredo Kaefer | PSDB | PSL |
André Abdon | PRB | PP |
Antônio Jácome | PMN | PTN |
Arthur Maia | SD | PPS |
Átila Nunes | PSL | PMDB |
Domingos Neto | PMB | PSD |
Eros Biondini | PTB | PROS |
Expedito Netto | SD | PSD |
Leonidas Cristino | PROS | PDT |
Mendes Thame | PSDB | PV |
Ricardo Teobaldo | PMB | PTN |
Vicente Arruda | PROS | PDT |
Vicentinho Junior | PSB | PR |
Vitor Valim | PMDB | PSC * |
Uldurico Junior | PTC | PROS * |
Toninho Wandscheer | PMB | PROS * |
* Os deputados ainda não confirmaram a adesão aos novos partidos.
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