A força-tarefa da Operação Lava Jato acredita que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu foi um dos criadores do esquema de desvios de recursos na Petrobras, desarticulado pela Operação Lava Jato. Segundo a Polícia Federal, Dirceu repetiu a dinâmica do mensalão, caso pelo qual ele cumpre pena desde novembro de 2013. O petista estava em prisão domiciliar.
Dirceu foi preso na manhã desta segunda-feira (3), durante a 17ª fase da Lava Jato, denominada Pixuleco, em alusão ao termo utilizado pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto para o pagamento de propina, segundo os investigadores. Ao todo, a PF está cumprindo 40 mandados judiciais no Rio de Janeiro, em Brasília e São Paulo: três de prisão preventiva, cinco de prisão temporária, 26 de busca e apreensão e seis de condução coercitiva.
Segundo o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos integrantes da força-tarefa da Lava Jato, Dirceu foi uma das pessoas que elaboraram o esquema de desvios de recursos na Petrobras para abastecer aliados do governo. “Essa é uma investigação que busca José Dirceu como instituidor do esquema Petrobras ainda no tempo do governo do ex-presidente Lula”, ressaltou o procurador em entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira pela manhã.
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“Não descarto que haja outros envolvidos, outros cabeças nesta história. Mas nós chegamos a um dos principais líderes que instituíram o esquema Petrobras”, assinalou. “Esse esquema também passa pela tentativa de compra de apoio parlamentar”, complementou.
As suspeitas contra Dirceu recaíram após a Lava Jato ter detectado pagamentos de empreiteiras à empresa JD Assessoria, do ex-ministro. Dirceu faturou cerca de R$ 39 milhões como consultor entre 2006 e 2013. Somente das empresas investigadas pela Lava Jato, ele recebeu algo em torno de R$ 9,5 milhões.
Entretanto, segundo o delegado Márcio Ancelmo, integrante da força-tarefa, não houve comprovação de serviços feitos pela JD. As investigações apontaram que a empresa prestava consultoria em diversas áreas, de advocacia até na área de engenharia. Mas ela tinha apenas um funcionário de nível superior. “Com todo o tempo que essa investigação durou, não há uma só comprovação de serviços prestados”, detalhou o delegado. “Só foi identificado um funcionário de nível superior que não teria conhecimento para prestar consultorias em áreas tão abrangentes”, assinalou o delegado.
PublicidadeDirceu ainda está na carceragem da Polícia Federal em Brasília e espera uma decisão do ministro Luís Roberto Barroso para ser transferido à carceragem da PF de Curitiba.
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