Em todos os meus recentes artigos escrevo, e neste reafirmo, que vivemos um Estado de exceção. Há sempre os que discordam, mas não conseguem contra-argumentar.
Como não têm argumento, procuram desqualificar a afirmação. Só em Estados de exceção é possível fazer o que o golpista Temer faz: destrói os direitos à aposentadoria, os direitos trabalhistas e dá, não vende, as riquezas internacionais à banca internacional.
Além de tudo isso, tem o governo com o maior número de acusados por corrupção, e quem deveria investigar não investiga. Por falar em corrupção, não escuto mais nenhum panelaço contra a corrupção.
Não desfiarei um rosário das injustiças e abusos cometidos pela lava jato. Ficarei em alguns casos, como o mais recente, o de Breno Altman, absolvido pelo juiz Sérgio Moro na última quinta-feira (2). Altman foi execrado pelo espetáculo jurídico-midiático organizado pelos vazadores da lava jato e a Rede Globo.
Na sua carta desabafo, após a absolvição, Altman escreve: “Mesmo declarado inocente, paguei uma pena severa e irreparável por crime jamais cometido. O espetáculo processual atingiu frontalmente minha imagem e levou à ruptura dos contratos publicitários do site que dirijo, eliminando postos de trabalho e golpeando um dos veículos de maior prestígio da imprensa independente”.
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Se ele, com um pequeno empreendimento, teve que demitir por culpa da lava jato, imagine as grandes empresas. Assim como muitos economistas, não tenho dúvidas: a lava jato serve aos Estados Unidos ao mesmo tempo em que quebra Brasil. Fecho parênteses.
Mas, quem pagará pela injustiça cometida pela lava jato contra Breno Altman?Em maio de 2015, o juiz Sérgio Moro declarou não ter “margem para dúvidas” sobre a participação de Marice em depósito à mulher de Vacari, ex tesoureiro do PT. E, não tendo dúvidas, mandou prendê-la.Dias depois, peritos da Polícia Federal confirmaram que quem aparece em vídeos fazendo depósitos não é Marice Correa de Lima, mas sim a própria esposa, e depositando recursos lícitos.
Marice foi exposta como corrupta em rede nacional de televisão. Quem pagará por mais esta injustiça cometida pela lava jato?Semana passada, fez um ano que o tablet do neto de Lula foi ilegalmente apreendido. Há um ano, o juiz Sérgio Moro autorizou a condução coercitiva de Lula e busca e apreensão na casa de todos os filhos de Lula e dona Marisa.
Autorizou busca e apreensão de todos os aparelhos eletrônicos, inclusive em casas de pessoas que não têm nada a ver com a investigação. Nesta ação de busca e apreensão, o tablete do neto de Lula foi apreendido e, até agora, não devolvido.
Quem pagará por essa injustiça cometida contra uma criança?Durante os estados de exceção, há sempre a perseguição do adversário politico (Lula e o PT) e a proteção do amigo. Aécio Neves e a turma do PSDB, até que se prove em contrário, é amigo e, por isso, protegido.
Em maio do ano passado, Sérgio Machado, em seu depoimento, revelou que Aécio teria recebido R$ 1 milhão de forma ilícita, em dinheiro, em 1998.
Denuncia feita, Rodrigo Janot, procurador-geral da República, pediu em outubro de 2016 ao Supremo Tribunal Federal (STF) abertura de investigação sobre o caso e teve o retorno do pedido no mesmo dia.
O diligente Janot colocou o processo na gaveta e só se lembrou dele quinta-feira (2) passada, quando o caso já tinha prescrito. Restou o arquivamento.
Aécio é do PSDB e aparece rindo em fotos com o juiz Moro. Denúncia arquivada. E Aécio continua rindo da nossa cara.
Ah! Este último caso não é da lava jato. Verdade, mas o Estado de exceção acomete todos os poderes.
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