Com dinheiro de bancos estatais e dos fundos de pensão, o presidente Lula pretende fazer tudo o que não fez nos seus três primeiros anos de governo em obras de infra-estrutura nas áreas de energia, rodovias e ferrovias.
O canteiro de obras federais terá a construção de ferrovias e usinas hidrelétricas que, só em 2006, terão investimentos de mais de R$ 3,7 bilhões (não incluindo R$ 20 bilhões para grandes hidrelétricas no Rio Madeira), além da operação de emergência nas estradas, que consumirá R$ 440 milhões.
No setor de ferrovias, a prioridade é a conclusão das ferrovias Norte-Sul e Transnordestina. Na Norte-Sul, lançada no governo José Sarney, deve ser construído o trecho de 150 quilômetros entre Aguiarnópolis (MA) e Araguaína (TO), ao custo de R$ 350 milhões. O trecho até Palmas (TO), mais 355 quilômetros, ficará para 2007.
Em abril, o governo federal abrirá a concessão para 3.059 quilômetros de oito rodovias nas regiões Sul e no Sudeste, entre elas a Régis Bittencourt e a Fernão Dias. Em maio, o governo pretende abrir à iniciativa privada seis hidrelétricas, que vão gerar cerca de 5 mil megawatts, ou quase meia Itaipu, cuja potência é de cerca de 12 mil megawatts.
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O anúncio foi feito pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, após reunião com o presidente Lula, os ministros da área de infra-estrutura e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Também participaram da reunião os presidentes dos fundos de pensão Previ (do Banco do Brasil), Funcef (da Caixa Econômica Federal) e Petros (da Petrobras), que têm investimentos e aplicações financeiras de mais de R$ 110 bilhões. Os fundos podem ser sócios das empresas que comprarem as concessões.
Dilma confirmou o início das obras emergenciais nas rodovias para a próxima segunda-feira e acusou o governo Fernando Henrique Cardoso de não ter feito planejamento para nada. "Recebemos 36 mil quilômetros de estradas sucateadas, o país tinha uma taxa cambial de U$ 1 para R$ 4, a inflação estava em 12% e com expectativa de aumento muito maior em 2003", acusou.
A ministra afirmou que é preciso planejamento na infra-estrutura, porque todas as obras de estradas, ferrovias e hidrelétricas necessitam de tempo para a licença ambiental, para a preparação dos editais de concessão e para o exame prévio do Tribunal de Contas da União (TCU).
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