O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta sexta-feira (7) que o seu sucessor terá o desafio de fazer a economia crescer em um momento de transição na economia mundial. Sem dar detalhes de sua saída do cargo, Mantega destacou apenas que “será um período de transição da economia, saindo de uma crise com políticas anticíclicas para um novo ciclo de expansão econômica”.
De acordo com o ministro, que sairá do cargo até o fim do ano, é preciso fazer uma “redução importante” das despesas. O foco do governo será cortar benefícios como seguro-desemprego, abonos e auxílios doença. Juntos, representam gastos de R$ 70 bilhões ao ano, informou Mantega. Além disso, outro foco de diminuição pode ser o subsídio a investimentos, como os empréstimos a juros baixos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.
Ele justificou que a estratégia de manter o crédito dos bancos públicos com taxas inferiores às do setor privado é apenas anticíclica. A expectativa dele é que as instituições financeiras privadas ampliem as ofertas, retirando a necessidade de uma atuação do setor público. Ao falar sobre a evolução econômica do país nos últimos anos, no seminário, ele destacou a criação de empregos, que teve aumento, passando de 66,5 milhões em 2002 para 118 milhões em 2014.
As áreas de corte foram citadas pelo ministro após participar de um seminário sobre política fiscal, promovido pela Fundação Getulio Vargas. Mantega não disse qual o valor e quando as reduções acontecerão. Segundo ele, a tarefa ficará com o próximo titular da pasta, ainda não escolhido pela presidenta Dilma Rousseff.
Reajuste
De acordo com o ministro, o impacto do aumento da gasolina sobre a inflação deverá ser pequeno, apenas 0,1 ponto percentual. Ele comemorou o resultado satisfatório do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado hoje (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e que passou de 0,57% para 0,42% ,com variação menor em 12 meses (de 6,75% para 6,79%).
“Estamos em uma boa trajetória”, avaliou Mantega. Segundo ele, problemas que afetaram a economia neste ano como a estiagem, as restrições ao crédito, os eventos como a Copa do Mundo e as eleições não deverão atrapalhar a economia no próximo ano. Diante disso com recuperação prevista das commodities (produtos primários com cotação no mercado internacional) e maior facilidade ao consumo deverão resultar em crescimento das atividades. Esses fatores tiveram alguma interferência, mas são problemas passageiros.
Com informações da Agência Brasil
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