“Eu acho injustas (as críticas a Levy) porque não é responsabilidade exclusiva dele. Não se pode fazer isso, criar um judas. Isso é mais fácil. É bem típico e uma forma errada de resolver o problema”, disse a presidente.
A defesa ocorre em um momento em que o próprio PT volta-se contra o ministro. Na próxima quinta (11), a sigla pretende lançar um manifesto rechaçando as medidas impopulares instituídas por Levy. Na entrevista ao Estadão, Dilma disse que o governo “não está a reboque do Congresso” e assinalou que é contra a redução da maioridade penal, cujo relatório será apresentado essa semana pela Comissão Especial. Dilma também afirmou que não vê motivos para se abrir uma investigação sobre a Copa do Mundo no Brasil, após a descoberta do escândalo de corrupção na Fifa.
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Sobre as relações entre o governo e o Congresso, a presidente ressaltou que mantém uma relação “independente e harmoniosa”. “Vocês falam muito que a relação está difícil, mas temos tido um processo de discussão bastante efetivo e eu não diria que é tão diferente do passado. Até agora, não tivemos uma derrota do tamanho daquela da CPMF (extinta em 2007), a mais grave derrota dos últimos anos para o governo. O governo não está a reboque do Congresso. Pelo contrário. Temos relação independente e harmoniosa. Se você for olhar, o Congresso, até agora, não se caracterizou por dar uma derrota ao governo. Pode pautar algumas questões que nós não concordamos. Agora, isso é da democracia.”
Dilma também declarou ser a favor de uma investigação na Fifa e na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), mas ressaltou que não vê motivos para que a apuração chegue à Copa do Mundo realizada no Brasil no ano passado. “Se tem problema na CBF, na Fifa, que comece a ser investigado. Quem tiver de ser punido, que seja. E que se coloque de forma clara que estes organismos têm de ser transparentes e prestar contas, porque mexem com volume grande de dinheiro. Não vejo motivo (para chegar à Copa no Brasil). O Brasil não é um país qualquer em matéria de futebol. Não precisamos pagar ninguém para trazer a Copa, que foi a mais lucrativa que se tem notícia”, declarou a presidente.
E, em relação à redução da maioridade penal, Dilma foi taxativa. “Eu não sou a favor por um motivo muito simples: onde ocorreu, ficou claro que isso não resultava em proteção aos jovens. Defendemos um projeto de lei no qual puniríamos fortemente o adulto da quadrilha que usasse criança e adolescente como escudo. E o crime hediondo praticado por menor tem de ter tratamento diferenciado. As medidas socioeducativas têm de ser prolongadas”, concluiu.
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