Um jantar realizado esta noite, com a presença de mais de 80 deputados na residência oficial do presidente da Câmara, servirá como reunião de mobilização para garantir a aprovação, na comissão especial, do texto que irá ser pautado para votação em plenário na segunda. Em um café da manhã marcado para esta terça-feira (4), também na casa de Rodrigo Maia, assessores do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e consultores da Câmara vão reforçar entre os deputados os argumentos técnicos a favor da limitação.
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“Estamos em uma operação de guerra para aprovar o relatório. Sem ele e sem a sinalização de que faremos a reforma da Previdência teremos a escuridão do juízo final”, disse o relator da emenda, Darcísio Perondi (PMDB-RS). “Estamos com as contas públicas na UTI”, acrescentou o parlamentar. Para aumentar a pressão sobre os deputados, o presidente Temer pediu a ajuda de todos os ministros.
Presidente da comissão especial que analisa a emenda, Danilo Forte (PSB-CE) argumenta que o Congresso deve assumir sua responsabilidade na gestão do governo. “Não adianta mais fingir que as coisas podem ser superadas sem medidas como a limitação de gastos”, diz Forte. Ele alerta para a necessidade de o Legislativo sinalizar para o mercado financeiro que está preocupado com a situação das contas públicas para que, em consequência, o Banco Central possa começar a reduzir as taxas de juros.
A principal preocupação de Danilo Forte é com a governabilidade da gestão Temer se a emenda não for aprovada ou a Câmara adiar a decisão sobre o assunto. Para evitar dissidentes, o governo garante que vai permitir, na emenda, que o piso constitucional para os investimentos nos setores de educação e saúde sejam mantidos e corrigidos anualmente. Para tentar atrair votos dos partidos de esquerda – PT, PSol, PCdoB e alguns divergentes da base – os governistas admitem inserir no texto da proposta a possibilidade de liberar os gastos além do IPCA em menos de 10 anos, como está previsto, se a economia der sinais de recuperação nesse período.
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