“Há divergência brutal hoje em relação ao texto. Então não há porque insistir na votação da peça”, disse o senador petista. Ele anunciou a decisão logo após abrir a sessão da comissão mista, na tarde de hoje. A MP é parte de um trio de propostas encaminhadas pelo governo para tratar da reforma do ICMS e da mudança na cobrança das dívidas de estados e municípios. O Ministério da Fazenda já se manifestou contra as mudanças aprovadas no Senado no projeto que trata da unificação gradual do imposto.
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No caso da matéria das dívidas, a pasta pediu a retirada de pauta. A justificativa é que uma emenda do relator do texto na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apresentou uma emenda que aumenta os descontos em 45%. Em abril, o Congresso em Foco mostrou que o relatório de peemedebista torna a redução de juros retroativa a 1997, quando os empréstimos foram tomados pela primeira vez. Além disso, praticamente reduz à metade a parcela mensal máxima a ser paga pelas prefeituras e estados.
A MP que perderá a validade em dez dias foi editada para compensar possíveis perdas de estados e munícipios. O Executivo institui o pagamento de auxílio financeiro às unidades da federação na proporção das perdas verificadas. O auxílio será limitado a R$ 8 bilhões anuais. Caso haja perdas maiores que esse limite, o dinheiro será distribuído proporcionalmente aos prejuízos observados. A expectativa do relator é que, após a medida caducar, o Palácio do Planalto envie ao Congresso um projeto de lei complementar sobre o tema.
“Isso resolveria o problema. Com o projeto de lei, poderíamos também forçar um debate em Plenário sobre as alterações que poderiam ser ou não apresentadas”, comentou. O projeto de unificação gradual do ICMS foi aprovado no início do mês pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Para o governo, a proposta anda junto com o PLC 283/13 e o que prevê a criação de fundos regionais para compensar os estados. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já tinha afirmado que as emendas aprovadas na CAE distorcem a matéria. De acordo com o ministro, se não houvesse mudanças, o governo iria trabalhar pela derrubada do texto.
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