Carro de som, instrumentos de sopro sendo tocados na rua, sombrinhas de frevo e fantasias coloridas compõem as endumentárias do Galinho de Brasília – pedaço do Recife que sai às ruas hoje (1º). São jovens, velhos e crianças que dançam e cantam o carnaval na capital. Este ano, a expectativa é que 60 mil foliões passem pelo Galinho. “Vim para Brasília com 11 anos. Até fundar o Galinho, todos os meus carnavais foram no Recife”, conta o pernambucano fundador e organizador do bloco, Romildo de Carvalho Júnior.
O bloco completa 22 anos e 23 carnavais, pois a primeira saída ocorreu uma semana antes da data. A origem foi a saudade. “Em 1992, sem dinheiro, não tivemos como ir para o Recife. Resolvermos fazer o nosso Galinho”.
O bloco brasiliense surgiu com o nome Galinho da Madrugada…por Enquanto, uma alusão ao bloco pernambucano O Galo da Madrugada, que sai também neste sábado. Junto com o bloco, surge o Grêmio Recreativo da Expressão Nordestina – Galinho de Brasília, com o objetivo maior de recuperar para a capital, e consequentemente para o Brasil, os valores das tradições culturais nordestinas, que vão sendo esquecidos. Carvalho diz que, este ano, bloco pretende estender as atividades por todo o ano e desenvolver trabalhos na periferia do Distrito Federal.
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Nesta edição, os foliões receberam de presente um frevo de autoria de Bráulio de Castro, cantado por Ed Carlos, ambos nomes da música pernambucana. A letra diz: “Vem pessoal, vem brincar, trás a família. O carnaval começa no Galinho de Brasília”.
Foi buscando um carnaval familiar que o produtor baiano Wellington Viana preferiu Brasília às ladeiras de Salvador. Ele tem 42 anos, dos quais 28 passou em carnavais na capital baiana. Este ano resolveu fugir da confusão e da violência. “A cidade de Salvador está muito violenta. Eu conheço o Galo da Madrugada e gosto. Só que no Recife é muito cheio. Aqui é mais tranquilo, mais seguro, estou gostando muito.”
Entretida com os confetes, Lívia, de 4 anos também está gostando. Ela acompanha os pais desde que tinha 1 ano de idade. “A gente chega cedo, fica na concentração para ela brincar. Quando começa a escurecer voltamos para casa. É muito bom”, diz a mãe, a estudante Ana Vita.
O Galinho de Brasília conta hoje com sua própria orquestra de frevos, a Orquestra do Galinho, com mais de 36 músicos oriundos, na maioria, dos principais focos de execução de frevos no país. Conta com o apoio do governo do Distrito Federal e da Ambev. O Galinho sai também na segunda-feira (3). O bloco de rua é gratuito e a concentração é às 17h, na 201 sul, próximo à zona central de Brasília.
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