Com base na delação premiada do ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux autorizou a abertura de inquérito para investigar uma organização criminosa que atuava no governo estadual. As delações premiadas de Silval e outras quatro pessoas foram fechadas no âmbito da Operação Ararath.
Um vídeo da delação do ex-governador, entregue pela defesa como prova dos relatos de Silval, mostra políticos recebendo maços de dinheiro na sede do governo estadual. Entre eles aparece o atual prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), e o deputado federal Ezequiel Fonseca (PP). Veja o vídeo.
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O inquérito autorizado por Fux não nomeia suspeitos e pede para que todos os citados nas delações sejam investigados. O pedido para abertura de inquérito foi apresentado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e também aponta suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro. Para Janot, o ministro Blairo Maggi (Agricultura), que também foi citado por Silval, “exercia incontestavelmente a função de liderança” na organização criminosa. Silval contou que pagou R$ 3 milhões a Blairo e o mesmo valor ao ex-secretário da Fazenda Éder Moraes para que se retratasse em um depoimento que o comprometia.
Outros citados pelo ex-governador em seus mais de 90 depoimentos foram os senadores Cidinho Santos (PR-MT) e Wellington Fagundes (PR-MT) e o atual governador do estado, Pedro Taques (PSDB). Segundo Silval, Cidinho foi visitá-lo na prisão em abril deste ano e afirmou que Taques, Fagundes e Maggi poderiam atuar para barrar a Operação Ararath. A conversa foi gravada pelo delator.
Em nota, Wellington Fagundes confirmou a visita, que disse ser um “ato de solidariedade a um ex-chefe de Estado, uma vez que, havia a informação de que estava em depressão”. O senador também disse que não é “garoto de recado” e que não visitou o ex-governador a mando de ninguém. Pedro Taques afirmou, também em nota, que não tem relação com a delação de Silval, de quem é adversário político, e que “não fez nem autorizou ninguém a fazer acordo de qualquer natureza com Silval Barbosa”.
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