Para o último debate da campanha presidencial, a TV Globo estabeleceu um
formato diferente de todos os demais debates. Um grupo de eleitores que se
declaram ainda indecisos foi convocado para fazer as perguntas. Os temas eram
sorteados quando cada candidato escolhia, tocando numa tela, de que estado viria
a pergunta do eleitor indeciso. Se, por um lado, o formato evitou o confronto
direto entre os candidatos, diminuindo a agressividade dos embates anteriores,
ele tornou o programa mais propositivo. Pela primeira vez, Dilma Roussef, do PT,
e José Serra, do PSDB, puderam explicar melhor suas ideias e projetos sobre
vários temas de interesse da sociedade.
Serra foi o primeiro a responder, sobre funcionalismo. Ele defendeu a
valorização da carreira do funcionalismo e a entrada do servidor por concurso
público. Dilma falou mais sobre a carreira de professor. “Professor, para
garantir qualidade, tem de ser bem pago”.
Dilma respondeu em seguida sobre agricultura, sobre o que fazer para manter
as pessoas no campo. “Tem que ser dado para o filho do agricultor as mesmas
condições da saúde”. Dilma disse que no programa Minha Casa Minha Vida 2, uma
quantidade das moradias foi separada para a área rural. Disse ainda que o
crédito aumentou no governo Lula de R$ 4 bilhões para R$ 16 bilhões.
O debate esquentou com a terceira pergunta, sobre corrupção. Hora em que os
candidatos trocaram ataques indiretos. Desta vez, não houve, como nos debates
anteriores, ataques diretos. “É preciso fortalecer tribunais de contas, e não
atacá-los como tem acontecido. A imprensa não pode ser inibida, não pode ser
coibida, não pode ser perseguida”, disse Serra. “É fundamental que não haja o
engavetador-geral da República”, replicou Dilma. Era uma referência ao
procurador-geral da República no governo Fernando Henrique Cardoso, Geraldo
Brindeiro, que arquivava todos os processos, ganhando o apelido mencionado por
Dilma. “O exemplo tem de vir de cima. Tem de escolher bem as equipes”, tornou
Serra, numa referência indireta à ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra.
A última pergunta foi sobre segurança. Dilma falou sobre o incentivo à
formação dos policiais. Serra voltou a defender a criação de um Ministério da
Segurança, para cuidar principalmente da vigilância das fronteiras e combater o
contrabando de armas e de drogas. “O crime organizado é cada vez mais nacional,
por isso a necessidade do ministério”, defendeu. Dilma defendeu a Força Nacional
de Segurança já criada e a vigilância das fronteiras pela Polícia Federal, com o
uso de tecnologia, como o uso dos aviões não tripulados comprados para a
tarefa.
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