Beth Veloso explica por que projetos de desenvolvimento científico e tecnológico na capital catarinense merecem um olhar atento e cuidadoso.
O comentário de Beth Veloso é veiculado originalmente no Papo de Futuro, da Rádio Câmara, com Paulo Triollo:
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O inverno dá o contorno de um país que não está nos jornais e que estamos prestes a conhecer. Florianópolis é a ilha da fantasia de um futuro que já chegou para poucos, a não ser que houvesse mais investimentos. Ciência e Tecnologia são o carro-chefe deste País ilhado, e eles não dependem da agenda política ordinária, de itens como a reforma trabalhista ou a reforma política.
Aqui, os lemas são inovação, melhoria contínua e integridade, como sinônimo daquilo que é incorruptível.
Estamos prestes a conhecer os centros de pesquisa de Florianópolis, como a empresa Nanovetores, o Sapiens Park e a empresa C-Park.
Trabalhando com nossos conceitos, essas empresas tentam interagir com o setor público e as universidades para desenvolver empreendimentos inovadores, baseados em quatro pilares: energia sustentável, economia criativa, tecnologias da informação e ciências da vida.
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O ponto fraco no Brasil é a falta de interação entre universidades e indústria, que nos leva ao desafio de fortalecer um sistema baseado no Novo Marco Legal da Ciência e Tecnologia, sancionado no ano passado, e que ainda passará pela regulamentação.
O Sapiens Park é um cluster para novas empresas voltadas para criação de aplicações inovadoras que atinjam principalmente as pequenas e médias empresas, inovando em processos e rotinas que vão gerar economia e aumentar a competitividade.
Assim como em outros setores, não é de leis, mas de recursos financeiros que a pesquisa precisa, e custa pouco para levar mentes brilhantes para as empresas.Já a Nanovetores produz cosméticos com nano partículas muito mais fáceis de penetrar na pele. A pouca efetividade das pesquisas brasileiras, as soluções de continuidade, a falta de avaliação e a retenção dos recursos para a pesquisa no orçamento público, especialmente os fundos setoriais do FNDCT, são os maiores inimigos da inovação.
A CNI tenta mostrar o Brasil do futuro para afastar o fantasma da crise, mostrando aos gestores de Brasília que a ilha dentro da ilha, para que vejamos, na prática, que fazer leis é bem diferente de aplicar essas mesmas leis. É uma pesquisa de campo, onde a pergunta é: o que fazer hoje para o Brasil do amanhã?!!!
A pauta é gigantesca: proteção de dados, compartilhamento, propriedade intelectual, lei do bem com mais isenção fiscal, internet das coisas, uso do Fistel para financiar a inovação, simplificar processos e burocracia para aprofundar no desafio da ciência!
A televisão mostrava, em 1954, como tirar gelo da porta da geladeira seria uma invenção fantástica. Hoje, parece logo ali o dia em que vamos receber encomendas da Amazon entregues por drones entrando pela janela da nossa casa, num processo de máquina a máquina totalmente automatizado, tudo fruto da chamada inteligência artificial. Fábricas cheias de esteiras trabalhando de luz apagada. Bem-vindos ao reino dos sistemas informatizados!
Só quem coloca a mão na massa pode ser ponte entre a ilha do conhecimento em Florianópolis e o centro do poder no meio do Brasil, essa ilha da fantasia que chamamos de Brasília.
Mande suas dúvidas, críticas e sugestões para papodefuturo@camara.leg.br.
Coluna produzida originalmente para o programa Papo de Futuro, da Rádio Câmara. Pode haver diferença entre o áudio e o texto.
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