O deputado Marco Feliciano (PSC-SP) afirmou, em um vídeo postado em sua página no Facebook, que avalia entrar com uma representação contra o colega Jean Wyllys (Psol-RJ), a quem acusa de fazer apologia às drogas e à “perversão sexual” por causa de uma resposta dada à jornalista Leda Nagle em uma entrevista. Jean, por sua vez, disse que deu uma “resposta humana” e que o parlamentar se “indigna falsamente” (veja o vídeo de Feliciano e a resposta de Jean mais abaixo).
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Questionado sobre quais seriam as três coisas que faria se o mundo tivesse data para acabar, Wyllys afirmou que pediria perdão a todos a quem fez mal, direta ou indiretamente, usaria drogas ilícitas e teria relações sexuais com quem quisesse. O vídeo, publicado no canal da jornalista no início de outubro, causou indignação no pastor, que afirma que o colega fez apologia às drogas, à “perversão sexual” e, consequentemente, cometeu quebra de decoro parlamentar.
O vídeo publicado pelo pastor e deputado dá ênfase às respostas relacionadas a drogas e sexo. Em seguida, Feliciano afirma que irá ao Conselho de Ética, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o colega, a quem acusa de “usar a imprensa e todas as mídias sociais para fazer apologia às drogas”.
Jean rebateu as acusações do pastor em uma publicação na mesma rede social. Na página do Facebook, o deputado do Psol afirma que respondeu espontaneamente à entrevistadora e que não precisa ser falso para agradar. “O que chocou alguns falsos moralistas é que eu dei uma resposta humana, espontânea, com humor, em vez de dizer à jornalista o que um assessor de imagem recomendaria a um político. Eu sou quem eu sou, não finjo ser outro. Estou deputado, isso não me define como ser humano”, escreveu o deputado.
Veja o vídeo publicado por Feliciano:
Leia a íntegra da resposta de Jean Wyllys:
“O que você faria se o mundo tivesse data marcada para acabar?“ Foi o que a Leda Nagle me perguntou numa entrevista. É uma brincadeira que ela gosta de fazer e eu levei na boa. A minha resposta foi mais longa que o trecho que publicaram alguns canalhas da bancada fundamentalista — esses que venderam a alma para salvar Michel Temer das acusações do Ministério Público por corrupção passiva, formação de quadrilha e obstrução de justiça, e que ainda têm a cara de pau de falar em nome de Deus.
Respondi, primeiro, que pediria perdão a toda pessoa que eu tivesse ferido. Essa primeira parte foi omitida nos vídeos editados. E também disse (essa foi a parte que publicaram) que consumiria drogas ilícitas e transaria muito. E, sim, faria!
O que chocou alguns falsos moralistas é que eu dei uma resposta humana, espontânea, com humor, em vez de dizer à jornalista o que um assessor de imagem recomendaria a um político. Eu sou quem eu sou, não finjo ser outro. Estou deputado, isso não me define como ser humano e não preciso ser falso para agradar.
A diferença entre mim e eles, esses parlamentares que se indignaram falsamente com minha resposta, não tem nada a ver com sexo e drogas, que muitos deles usam “no sigilo” — embora eu tenho dúvidas de que transem muito, pela infelicidade que vejo neles quando os encontro.
O que nos diferencia é que eu não sou ladrão, não enriqueci graças à política, não minto para ganhar votos e nem para que me deem dinheiro num culto, não vendi minha alma ao Diabo e nem a Michel Temer e nunca votei no parlamento contra os direitos dos trabalhadores, dos mais pobres e dos oprimidos. Eu nunca tive a minha campanha financiada por empresários e nem agi em defesa dos interesses dos poderosos. Somos diferentes porque eu sou honesto, tanto na minha conduta quanto numa entrevista.
Se o mundo fosse acabar, entre outras coisas, eu pediria perdão a quem tiver ferido, usaria drogas para que esse momento apocalíptico fosse mais leve e transaria muito, sim, senhor. Respondi conscientemente, com humor e sinceridade. E, diferentemente desses ladrões, não tenho nada de que me envergonhar — e durmo bem todas as noites, com a consciência tranquila.
Se o mundo acabar e o céu e o inferno existirem, tenho a certeza de que eu e eles não nos encontraremos no mesmo lugar. Ainda bem!”
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