Atendendo a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a indisponibilidade de sete edifícios construídos ou em construção que teriam recebido aportes de dinheiro de empresários ligados à família do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA). Para o ministro, há indícios suficientes da prática de lavagem de dinheiro.
O pedido foi realizado pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, junto com a denúncia enviada à Corte na segunda-feira (4). Os bens bloqueados totalizam um valor de R$ 13 milhões e se referem a investimentos em empreendimentos da Cosbat em Salvador.
Pivô da queda de Geddel do cargo de ministro da Secretaria de Governo, o La Vue, edifício em construção, é uma das obras tornadas indisponíveis. A obra está parada desde novembro do ano passado. Fachin ordenou a indisponibilidade de 20% do empreendimento.
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No ano passado, Geddel pediu exoneração depois de ser acusado pelo então ministro da Cultura, Marcelo Calero, de tráfico de influência.
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Marcelo Calero contou que foi pressionado pelo ministro Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, a intervir no Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan) para liberar a obra sob o argumento de que ele é proprietário de uma das unidades do edifício.
Detido em prisão domiciliar em julho deste ano, o ex-ministro Geddel Vieira Lima foi preso em regime fechado no dia 8 de setembro, três dias após a Polícia Federal (PF) apreender os R$ 51 milhões no imóvel em Salvador.
Denúncia
Nessa segunda-feira (4), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, denunciou Lúcio Vieira Lima, o irmão Geddel e a mãe Marluce Vieira Lima. Raquel Dodge também pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que seja decretada prisão domiciliar para Marluce e recolhimento noturno para o deputado.
De acordo com a denúncia, de 2010 até 5 de setembro deste ano, Marluce e os filhos cometeram crimes de ocultação da origem, localização, disposição, movimentação e propriedade das cifras milionárias em dinheiro vivo. A mãe de Lucio e Geddel escondia dinheiro em um closet de sua casa, até janeiro do ano passado. Após essa data, Dodge afirma que R$ 42 milhões e cerca de U$ 2,5 milhões foram transferidos para um apartamento no bairro da Graça, em Salvador.
Semanas depois, o dinheiro foi levado para um apartamento vizinho, onde ocorreu a apreensão pela Polícia Federal, na Operação Tesouro Perdido. A fortuna estava distribuída em malas e caixas no apartamento. Após 14 horas de contagem em máquinas, a PF concluiu que havia ali uma quantia totaliza em R$ 51.030.866,40. É a maior apreensão de dinheiro em espécie da história do país.
Na denúncia, foram anexadas provas documentais e testemunhais, segundo as quais, a família Vieira Lima lavava dinheiro por meio do mercado imobiliário. De acordo com o documento, entre 2011 e 2016, o empresário Luiz Fernando Machado Costa Filho, administrador da Cosbat – Construção e Engenharia, empresa de construção civil baiana especializada em empreendimentos imobiliários de alto luxo em Salvador, auxiliou a família na prática criminosa ao vender a empresas de Geddel, Lúcio e de seus pais, imóveis avaliados em mais de R$ 12 milhões.
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