O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou uma denúncia contra o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) para que ele seja julgado pela Segunda Turma da Corte. A decisão do colegiado definirá se Raupp vira ou não réu na Operação Lava Jato pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A investigação apontou suspeita de irregularidade em uma doação oficial de R$ 500 mil para a campanha do senador em 2010. A verba, segundo a força-tarefa, teria sido paga pelas construtoras Vital Engenharia e Queiroz Galvão. O dinheiro teria sido entregue por meio de uma doação eleitoral ao diretório do PMDB em Rondônia.
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A defesa do senador contesta as acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR) e afirma que há intenção de criminalizar a contribuição oficial de campanha. Para os advogados, a denúncia é baseada somente em delações de pessoas presas sendo carente de provas documentais. O senador foi citado em depoimentos de Fernando Baiano, apontado como operador financeiro do PMDB, de Alberto Yousseff e também do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
A Segunda Turma do STF é composta pelos ministros Gilmar Mendes, Dias Toffolli, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello. Ainda não há uma data para o julgamento que definirá o futuro de Raupp na Lava Jato.
Considerado aliado de Temer, Valdir Raupp é o segundo na lista de senadores com o maior número de processos no STF, com 10 ações tramitando contra ele, sendo sete inquéritos e três ações penais. Na votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o congressista votou a favor do afastamento. Dias antes, justificou seu voto afirmando que o governo tinha perdido a “credibilidade”. “O governo da presidente afastada perdeu a capacidade, a confiança e a credibilidade”, afirmou.