“Por motivo de montagem”, como informa comunicado da Diretoria Geral, a exposição vai suspender por nove dias, entre 10 e 18 de dezembro, o “atendimento ao público externo” na biblioteca, uma das dependências do Senado mais procuradas por estudantes, turistas e demais visitantes. Nesse período, as atividades no local estarão sob “regime de plantão”.
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Segundo a Secretaria de Comunicação do Senado, a biblioteca não ficará propriamente fechada. Ficarão fisicamente indisponíveis, de acordo com a secretaria, apenas as áreas de estudo, onde estão instaladas as mesas para uso de estudantes e demais interessados no material de consulta. Mas as demandas por material não serão interrompidas, diz a assessoria.
Ainda segundo a Secretaria de Comunicação, não haverá gastos extras ou novas contratações ou licitações para a montagem da exposição. O dinheiro público a ser empregado no evento sairá do orçamento do Senado, que anualmente reserva um montante específico para situações como essa. “O pessoal é o mesmo da Gráfica”, garantiu a assessoria.
“Legado”
O comunicado sobre a exposição foi distribuído internamente na última sexta-feira (7), depois de reuniões – inclusive na própria biblioteca – que mensuraram até a repercussão negativa que poderia ter o uso de estrutura pública para promoção da imagem de Sarney. Mas ideia foi mantida e, além da exposição “in loco”, haverá uma versão impressa da homenagem.
E ressaltará, por óbvio, o legado deixado por Sarney, individualmente, em tantas passagens pelo Senado. Assim, os mais de 200 mil livros da Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho dividirão espaço com vídeos e 75 grandes painéis, estes ornados com fotos e textos, sobre os oito anos de gestão do ex-presidente da República. Na exposição, não haverá qualquer referência a casos que causaram danos à imagem do homenageado, como o dos atos administrativos secretos, trazido à tona pela imprensa em 2009, que lhe renderam processos de cassação no Conselho de Ética.
Aos 82 anos, Sarney se despede daquela que pode ser sua última gestão como presidente do Senado em 2 de fevereiro de 2013. Ele trabalha para devolver o bastão ao ex-presidente da Casa Renan Calheiros (PMDB-AL), que renunciou ao comando da Casa, em 2007, para preservar o mandato, em meio a uma série de denúncias.
Sarney, que construiu a carreira política em sua terra natal, o Maranhão, presidiu o Senado pela primeira vez em 1995. O senador já disse mais de uma vez que, muito em breve, passará a se dedicar apenas à literatura, membro que é – logo, “imortal” – da Academia Brasileira de Letras.