Durante o depoimento, Lopes classificou de “vingança” a acusação dos ex-atletas e disse que foram induzidos a falar mal dele. “Acredito numa indução de formação de opinião, principalmente de quem é mais novo. Com relação a muitos que me acusam, são os mesmos que bateram na minha porta pedindo para voltar a treinar comigo. Alegam que foram abusados quando mais novos, mas passam-se oito, nove anos e pedem para retornar”, afirmou.
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As perguntas foram feitas pelo presidente da comissão, senador Magno Malta (PR-ES), e pelo relator José Medeiros (Podemos-MT) que, ao final da sessão, aprovaram a quebra de sigilo telefônico e fiscal de Fernando Lopes. Por solicitação de Magno Malta, o próprio ex-técnico autorizou a quebra de sigilo dos e-mails e mensagens trocadas por ele e os atletas.
Antes de negar as acusações de que teria dormido na mesma cama e iniciado brincadeiras tocando o órgão genital de crianças e adolescentes, Lopes leu alguns dos depoimentos dos que o acusaram. Ele disse conhecer as pessoas mas negou ter praticado assédio. Segundo o ex-treinador, as denúncias podem ter sido motivadas pelo estilo rígido com que trabalhava.
“Eu xingo, falo palavrão, mas nunca tive intuito de assédio sexual”, disse, complementando que a carreira concorrida que ocupa poderia gerar tentativas de prejudicá-lo, por parte de outros técnicos. Sobre as acusações de que o dinheiro integral das bolsas não era repassado aos atletas, Fernando Lopes atribuiu a responsabilidade a uma supervisora da seleção.
Após ser perguntado várias vezes sobre a identidade da supervisora, o ex-técnico da seleção escreveu em um papel o nome dela, que foi lido em voz alta pelo senador Magno Malta. O parlamentar afirmou que vai convocá-la para as próximas reuniões da CPI, assim como dois ex-atletas, que hoje são maiores de idade e farão uma acareação com o acusado.
PublicidadeEsta foi a primeira vez que Fernando Lopes comentou o assunto, após as acusações virem à tona em uma reportagem do Fantástico, da TV Globo, no fim do mês passado. Segundo o relato de alunos, o ex-treinador teria abusado sexualmente, durante cerca de 15 anos, de crianças e adolescentes, frequentando o banheiro e tocando as partes íntimas dos meninos. Após a notícia, a Caixa Econômica Federal disse que reavaliará o patrocínio à Confederação Brasileira de Ginástica.
A CPI foi criada no ano passado para investigar crimes relacionados a maus-tratos de crianças e adolescentes. Nesta quinta-feira (17), vai promover uma audiência pública para a qual foi convidado o atleta Diego Hypólito, que também disse ter sofrido abusos ao longo de sua carreira.
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